Unção dos Enfermos: presença de Jesus na doença e velhice – Papa na audiência geral.
Apelo à reconciliação na Venezuela
Na audiência geral
desta quarta-feira o Papa Francisco propôs uma catequese sobre o Sacramento da Unção
dos Enfermos. Um sacramento que nos fala da compaixão de Deus pelo homem no momento
da doença e da velhice.
“Há um ícone bíblico que exprime em toda a sua
profundidade o mistério que transparece na Unção dos Enfermos: é a parábola do bom
samaritano no Evangelho de Lucas.”
A parábola do “bom samaritano” oferece-nos
uma imagem desse mistério – afirmou o Papa Francisco - o bom samaritano cuida de um
homem ferido, derramando sobre as suas feridas óleo e vinho, recordando o óleo dos
enfermos. Em seguida, sem olhar a gastos, confia o homem ferido aos cuidados do dono
de uma pensão: este representa a Igreja, a quem Jesus confia os atribulados no corpo
ou no espírito.
“Este mandato é repetido em modo explícito e preciso na
Carta de Tiago, onde recomenda que: ‘Quem está doente, chame para si o presbítero
da Igreja e esse reze por ele, ungindo-o com o óleo no nome do Senhor. A oração feita
com fé salvará o doente: o Senhor o aliviará e os seus pecados serão perdoados’.”
Também
a Carta de S. Tiago – continuou o Santo Padre - recomenda que os doentes chamem os
presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo. De fato, Jesus ensinou
aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados,
difundindo alívio e paz. O problema – considerou ainda o Santo Padre - é que cada
vez menos se pede para celebrar este Sacramento.
“Há um pouco a ideia que
depois da visita do sacerdote a um doente chega o caixão da funerária”
Segundo
o Papa em muitas famílias cristãs chegou-se a uma situação em que, debaixo do influxo
da cultura e da sensibilidade moderna, considera-se o sofrimento e a própria morte
como um tabú, como algo que se deve esconder e falar o menos possível. Assim – considerou
ainda o Santo Padre - é preciso lembrar a todos aqueles que consideram o sofrimento
e a morte como um tabu, que, na unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos
a Ele e que nem a doença, nem a morte, poderão separar-nos d’Ele.
No final
da catequese o Papa Francisco, nas saudações, dirigiu-se também aos peregrinos de
língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos!
Em cada um dos sacramentos da Igreja, Jesus está presente e nos faz participar da
sua vida e da sua misericórdia. Procurem conhecê-Lo sempre mais, para poderem servi-Lo
nos irmãos, especialmente nos doentes. Sobre vós e sobre as vossas comunidades, desça
a benção do Senhor!”
No final da audiência o Papa Francisco fez um apelo
para a paz e reconciliação nacional na Venezuela:
“Sigo com particular apreensão
o que está a acontecer nestes dias na Venezuela. Desejo vivamente que acabem o mais
depressa possível as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, a
partir dos responsáveis políticos e institucionais, favoreçam a reconciliação nacional,
através do perdão recíproco e de um diálogo sincero, respeitoso da verdade e da justiça,
capaz de enfrentar temas concretos para o bem comum. Ao mesmo tempo asseguro a minha
constante oração, em particular, para todos quantos perderam a vida nos confrontos
e pelas suas famílias, convido todos os crentes a elevar súplicas a Deus, pela materna
intercessão de Nossa Senhora de Coromoto, por forma a que o país reencontre prontamente
paz e concórdia.”