2014-02-26 16:35:23

Aids: vacina social e papel das organizações católicas para o fim da discriminação


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Cidade do Vaticano (RV) - A “vacina social” é a única disponível contra a Aids, afirma o diretor-executivo da agência das Nações Unidas para a Aids (Unaids), o brasileiro Luiz Loures, quando questionado sobre a notícia do avanço nas pesquisas de uma vacina contra o hiv em estudos na Universidade de São Paulo (Usp), publicada na semana passada. “A busca por uma vacina segue sendo a frente mais desafiadora, mas qualquer passo (neste sentido n.d.r) é importante”.

Loures está em Roma para uma conferência promovida pela Cáritas Internationalis sobre a Aids que debate os avanços dos tratamentos antiretrovirais. “Esta é a área onde mais se progrediu em relação à resposta à epidemia de Aids: não somente as drogas são muito melhores, apresentam menos efeitos colaterais, são mais eficazes, como hoje sabemos que o tratamento pode fazer uma contribuição fundamental à prevenção, ou seja, quem trata não transmite o vírus da Aids”, afirmou Loures em entrevista nos estúdios da Rádio Vaticano nesta quarta-feira (26/02).

Contudo, o tratamento somente não resolve, pondera o diretor-executivo da Unaids: “a ‘vacina social’ é uma combinação de tratamento e medidas de prevenção que tratam de todos os aspectos (da transmissão n.d.r), e não menos fundamental é o combate à discriminação: quem é discriminado não procura serviço de prevenção ou tratamento”, afirma.

A Cáritas Internationalis reiterou o papel das instituições católicas na superação da discriminação, não somente no Brasil, como também na África onde o acesso aos antiretrovirais ainda é escasso. A Onu considera essencial a presença da Igreja Católica para atuar na redução da lacuna entre os que têm acesso aos tratamentos e aqueles que não têm. “O papel fundamental, hoje mais do que nunca, na história da Aids, das organizações católicas que trazem sua experiência combinando acesso às drogas, à prevenção, aos serviços, com a preocupação central em relação à dignidade das pessoas infectadas ou vulneráveis. Essa me parece ser a combinação chave para que nós avancemos para o fim desta epidemia”, concluiu Luiz Loures. (RB)








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