Semana do Papa – síntese das principais atividades do Papa de 17 a 23 de fevereiro
Dia 17 Na Missa
de segunda-feira dia 17 na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco afirmou
que é o povo de Deus que leva a Igreja para a frente com a sua paciência e a sua santidade
“E
esta gente, o nosso povo, nas paróquias, nas nossas instituições – tanta gente – é
aquela que leva para a frente a Igreja, com a sua santidade, de todos os dias, de
cada dia.”
Dia 18 Resistir à sedução das tentações é possível só quando
se escuta a Palavra de Jesus – esta a principal mensagem do Papa Francisco na Missa
em Santa Marta nesta terça-feira, dia 18:
“E assim, quando nós estamos em tentação,
não ouvimos a Palavra de Deus: não ouvimos. Não percebemos. E Jesus teve que recordar
a multiplicação dos pães para fazê-los sair daquele ambiente, porque a tentação fecha-nos,
tira-nos a capacidade de ver largo, fecha-nos cada horizonte e, assim, leva-nos ao
pecado. Quando nós estamos em tentação, apenas a Palavra de Deus, a Palavra de Jesus
nos salva. Ouvir aquela Palavra que nos abre o horizonte... Ele sempre está disposto
a ensinar-nos como sair das tentações. E Jesus é grande porque não só nos faz sair
das tentações, mas dá-nos mais confiança.”
Dia 19 Na audiência geral
desta quarta-feira, 19 de fevereiro, o Papa Francisco propôs uma catequese sobre o
Sacramento da Reconciliação. E começou logo por concretizar a origem deste sacramento:
“O
Sacramento da Penitência e da Reconciliação brota diretamente do mistério pascal.”
O
Sacramento da Reconciliação foi-nos dado por Jesus no domingo de Páscoa, quando disse
aos discípulos: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão
perdoados».
“Ao longo do tempo, a celebração deste sacramento passou de uma
forma pública àquela pessoal e reservada da Confissão. Isto porém não deve fazer perder
a matriz eclesial que constitui o contexto vital.”
No final da audiência o
Santo Padre fez um apelo para a paz na Ucrânia pedindo que cessem as violências e
assegurou a sua solidariedade e oração pelas vítimas.
Dia 20 Para conhecer
Jesus é preciso segui-Lo – esta a principal mensagem do Papa Francisco na missa de
quinta-feira, dia 20 em Santa Marta.
“Esta primeira pergunta – Quem sou eu
para vós, para ti? - a Pedro, apenas se percebe através de um caminho, depois de
um longo caminho, um caminho de graça e de pecado, um caminho de discípulo. Jesus
a Pedro e aos discípulos não disse ‘Conhece-me? mas disse ‘Segue-me’. E este seguir
Jesus faz-nos conhecer Jesus. Não é um estudo de coisas que é preciso mas uma vida
de discípulo.”
No âmbito do Consistório convocado pelo Santo Padre para a criação
de novos cardeais teve início na quinta-feira dia 20 uma reunião sobre a Família.
“Hoje, a família é desprezada, é maltratada, pelo que nos é pedido para reconhecermos
como é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; reconhecermos
como isso é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade. É-nos
pedido que ponhamos em evidência o plano luminoso de Deus para a família, e ajudemos
os esposos a viverem-no com alegria ao longo dos seus dias, acompanhando-os no meio
de tantas dificuldades. Também com uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor.”
Dia 21 O Papa Francisco participou na sexta-feira, dia 21 das duas sessões
do Consistório sobre a Família. Na sua saudação matinal o Santo Padre manifestou a
sua preocupação com a violência na Ucrânia:
“Gostaria de enviar uma saudação,
não somente pessoal mas em nome de todos, aos cardeais ucranianos – o Cardeal Jaworski,
emérito de Leopoldi, e o Cardeal Huzar, emérito de Kiev – que nesses dias sofrem muito
e enfrentam muitas dificuldades na sua pátria.”
Dia 22 No sábado, dia
22, teve lugar na Basílica de S. Pedro o primeiro Consistório do Papa Francisco
A
solenidade dos grandes momentos mas ao mesmo tempo simplicidade e recolhimento caracterizaram
o clima com que decorreu, na basílica de São Pedro, com a presença do Papa emérito,
Bento XVI, o primeiro consistório do pontificado do Papa Francisco para a criação
de 19 cardeais, incluindo 16 eleitores. A celebração inclui o rito de entrega do barrete
e do anel cardinalícios (momentos unificados desde 2012, por decisão de Bento XVI),
assim como a tradicional atribuição a cada um dos novos cardeais do “título” de uma
igreja de Roma.
Na homilia o Papa Francisco comentou o Evangelho proclamado
(Marcos 10, 32-45), sublinhando duas afirmações do texto: “Jesus caminhava à frente
deles” e “Jesus chamou-os”.
“Também neste momento Jesus caminha à nossa frente.
Ele está sempre à nossa frente. Precede-nos e abre-nos o caminho... É esta é a nossa
confiança e a nossa alegria: ser seus discípulos, estar com Ele, caminhar atrás d’Ele,
segui-Lo...”
“Irmãos, deixemos que o Senhor Jesus nos chame para junto de Si!
Deixemo-nos “con-vocar” por Ele. E ouçamo-Lo, com a alegria de acolhermos juntos a
sua Palavra, de nos deixarmos instruir por ela e pelo Espírito Santo para, ao redor
de Jesus, nos tornarmos cada vez mais um só coração e uma só alma.”
É isto
de que a Igreja precisa – sublinhou o Papa Francisco, dirigindo-se aos cardeais presentes:
“A Igreja precisa de vós, da vossa colaboração e, antes disso, da vossa comunhão,
comunhão comigo e entre vós. A Igreja precisa da vossa coragem, para anunciar o Evangelho
a tempo e fora de tempo, e para dar testemunho da verdade. A Igreja precisa da vossa
oração pelo bom caminho do rebanho de Cristo; oração que é, juntamente com o anúncio
da Palavra, a primeira tarefa do Bispo. A Igreja precisa da vossa compaixão, sobretudo
neste momento de tribulação e sofrimento em tantos países do mundo.”
Dia
23 Neste domingo, dia 23, o Papa Francisco presidiu à Eucaristia na Basílica de
S. Pedro concelebrada com os cardeais criados no Consistório de sábado, o primeiro
do seu pontificado:
“A vossa ajuda, Pai misericordioso, sempre nos torne atentos
à voz do Espírito”
“… amemos aqueles que nos são hostis; abençoemos quem fala
mal de nós; saudemos com um sorriso a quem talvez não mereça; não aspiremos a fazer-nos
valer, mas oponhamos a mansidão à prepotência; esqueçamos as humilhações sofridas.
Deixemo-nos guiar pelo Espírito de Cristo: Ele santificou-se a si próprio na cruz,
para podermos ser “canais” por onde corre a sua caridade. Este é o comportamento,
esta é a conduta de um Cardeal. O Cardeal entra na Igreja de Roma, não entra numa
corte. Evitemos todos – e ajudemo-nos mutuamente a evitar – hábitos e comportamentos
de corte: intrigas, críticas, fações, favoritismos, preferência. A nossa linguagem
seja a do Evangelho: “sim, sim; não, não”; as nossas atitudes, as das bem-aventuranças;
e o nosso caminho, o da santidade.”
O Papa Francisco recitou ainda neste
domingo a oração do Angelus:
“A Igreja confia hoje o testemunho deste estilo
de vida pastoral aos novos Cardeais, com os quais celebrei a missa esta manhã” – disse
o Papa - recordando que “o Consistório de ontem e a Celebração eucarística deste domingo
foram uma preciosa ocasião para “experimentar a catolicidade da Igreja, bem representada
pelas diferentes proveniências dos membros do Colégio Cardinalício, reunidos em estreita
comunhão em torno do sucessor de Pedro.” (RS)