Papa Francisco está disposto a "mudar o mundo", afirma teólogo argentino. "Ele abriu
uma janela que não pode ser mais fechada"
San Salvador (RV) – O Papa Francisco "está disposto a mudar o mundo" e no seu
curto pontificado já abriu “uma janela” que deixa passar um “ar novo”. Foi o que afirmou
em San Salvador o teólogo leigo argentino José María del Corral, em entrevista à Agência
EFE. Del Corral, que dirige uma Rede Mundial de Escolas para o Encontro – iniciativa
do Papa, que o nomeou para o cargo – visita projetos da Fundação Futebol Forever,
em El Salvador.
Amigo do primeiro Pontífice latino-americano, Del Corral observou
que um dos destaques de Francisco neste primeiro ano de Pontificado - a se completar
em 19 de março - foi “abrir a janela. A janela à humanidade, às cabeças, à alma”.
O Papa Francisco “animou-se em abrir a janela e as pessoas sentiram que havia entrado
um ar novo; então voltaram a acreditar, voltaram a ter esperança, se entusiasmaram”,
acrescentou.
“Esta abertura – continuou o teólogo argentino – estava esperando
o povo, a Igreja, o povo de Deus, as pessoas; todas as pessoas esperavam que alguém,
que um líder, alguma referência para a humanidade, pudesse abrir a janela”. “Acredito
que ele superou todas as pressões e se animou em abrir a janela”. Ademais, enfatizou
que Bergoglio tem dado mostras de que “está disposto a mudar o mundo”.
“Quando
ele faz isto, abrir a janela, faz um gesto realmente heróico; ele sabe que está entregando
a vida (...), porém ele acredita que este é o testemunho”, sublinhou. “Não esqueçamos
que o martírio não é masoquismo; martírio é uma forma exemplar de testemunho e este
Papa está disposto a ser mártir porque está disposto a morrer pelo seu povo”, frisou
o educador católico, que é leigo e não sacerdote.
Na opinião de Del Corral,
a abertura e as mudanças que estão sendo implementadas por Francisco não tem como
retroceder. Olhando para um futuro – explicou - se poderia afirmar que “dentro de
10 anos (...) esta janela não poderá ser mais fechada”.
“Não importa quantos
dias viva este Papa – observou. Quando alguém abre a janela, ela não pode ser fechada,
mesmo que se coloquem 20 pessoas diante dela”.
A seguir indicou, que “esta
renovação que ele trás desde a educação é uma mostra clara de que ele quer chegar
- não simplesmente escrever livros sobre como deveria ser o mundo -, mas ele está
disposto a mudar o mundo”.
Segundo Del Corral, a Rede Mundial de Escolas para
o Encontro, lançada pelo Papa em 2013, é uma iniciativa que busca incorporar os jovens
à educação e às novas tecnologias, no âmbito da Pontifícia Academia das Ciências.
Ele
recordou que, quando era Arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio promoveu a Escola de
Vizinhos, que Del Corral também dirige.
Também por ele ser latino-americano,
reconhecemos a Francisco “como nosso”, no entanto, “ele é reconhecido pelas pessoas
como o Papa de todos”. “A América Latina é nossa terra e ele leva este sangue, ele
leva esta terra, este modo de pensar o mundo; por isto digo que isto que ele traz,
não somente é o novo, mas é o que ele aprendeu, é o que ele caminhou” como latino-americano,
concluiu. (JE)