Novo Hamburgo (RV) - No sétimo domingo do tempo comum, a Igreja lança o grande
desafio de formar discípulos de Jesus Cristo. Estamos há dois mil anos neste esforço.
Era esta a tarefa que o Cristo Ressuscitado tinha deixado aos seus discípulos: “Ide
ao mundo inteiro, fazei discípulos meus todos os povos, e batiza-os em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,18).
Na verdade, com muito custo, nós
conseguimos batizar mais ou menos um terço da humanidade. Mas, conseguimos tornar
discípulos do Senhor nem 10% destes batizados. O Documento de Aparecida reconhece
esta grande defasagem. Por isso os bispos reunidos em Aparecida, com o Papa Bento
XVI, nos lançam este desafio. Precisamos transformar o nosso povo católico em discípulos
e missionários de Jesus Cristo.
Já no Antigo Testamento, Deus se revelou a
Moisés e o constituiu seu líder do povo, rumo à terra prometida. Através de Moisés,
Deus queria transformar todo o povo em verdadeiros discípulos do Senhor. Eis o que
se encontra no Levítico: “Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e dize-lhes:
sede santos porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lev 19,2).
Na mesma
direção vai a primeira carta de Paulo aos Coríntios: “Acaso não sabeis que sois santuário
de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?”(1 Cor 3,16). Para Paulo, a fé em Jesus
Cristo é algo tão sério que, pelo batismo, nos tornamos verdadeiro santuário de Deus,
verdadeira moradia do Espírito Santo.
Mas, para que ninguém fosse seduzido
pela vaidade, deixa um alerta: “Que ninguém ponha sua glória em homem algum. Com efeito,
tudo vos pertence: Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro;
tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus” (1Cor 3,21-23). Se nós estamos
assim tão intimamente relacionados com Jesus Cristo, fique bem claro que isto não
é mérito nosso, mas obra da graça de Deus. Ele nos chamou para sermos discípulos do
Senhor. Já o Evangelho deste domingo nos esclarece sobre o modo de vida que o
discípulo precisa levar. Não basta apenas observar as leis antigas. É preciso ir além,
comungar também com o espírito da lei. Em vários parágrafos, ele anuncia: “Aos antigos
foi dito, eu porém vos digo”.
O discípulo de Jesus Cristo não se contenta em
seguir a lei, ele precisa dar um passo a mais: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos
inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso
Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a
chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,44-45).