Bispo Greco-católico ucraniano: "Que cesse todo derramamento de sangue". Mortos passam
de cem e feridos são mais de 600
Cidade do Vaticano (RV) – Um apelo para que cesse o derramamento de sangue
na Ucrânia e o pedido a todas as Igrejas do país para tocarem os sinos, neste momento
em que existe no país o perigo de um verdadeiro “fraticídio”. A lançá-lo foi o Bispo
Greco-católico, Dom Sviatoslav Shevchuk, sempre comprometido com os seus sacerdotes
e as Igrejas, ao lado dos manifestantes de Maidan, com uma Ucrânia democrática e pró-europeia.
Desde 22 de novembro, dia em que foram iniciadas as manifestações pró-Europa
na Praça Madian, a Igreja Greco-católica sempre esteve ao lado dos manifestantes.
Os locais de culto em Kiev permaneceram sempre abertos para acolher, dar refúgio e
comida quente às pessoas.
Ao presidente ucraniano Viktor Yanukovich, Dom Shevchuk
disse: “Nós estamos, fomos e sempre estaremos ao lado do povo”.
Com o desencadear
da violência na terça-feira, o chefe da Igreja Greco-católica lançou um apelo: “Com
grande pesar devo dizer que os apelos das Igrejas para que fosse evitado o derramamento
de sangue e fosse encontrada uma solução pacífica ao conflito, não foram escutados.
Em nome de Deus, condeno toda violência, todas violações dos direitos humanos. Gostaria
de recordar com veemência que quem tem poder, tem também a plena responsabilidade
pelo que está acontecendo no país. Meu apelo é dirigido a cada um para que cesse imediatamente
todo o derramamento de sangue. Peço a todos os filhos da Igreja para jejuar, rezar
e prestar solidariedade às vítimas”.
A violência voltou a recrudescer nesta
quinta-feira (20), após a trégua de ontem. Um balanço do Ministério da Saúde ucraniano
informou que 39 pessoas foram mortas na manhã de hoje e 67 desde o início das violências
na terça-feira. No entanto, fontes não oficiais revelam que os mortos nesta semana
podem chegar a 99.
Na quarta-feira foi morto o jornalista ucraniano Vyacheslav
Veremyi. Diversos jornalistas que fazem a cobertura do conflito estão feridos, desde
o início das violências. (JE)