2014-02-19 16:38:01

"Liturgia é escola de comunhão". Em andamento o Simpósio sobre a 'Sacrosanctum Concilium'.


Cidade do Vaticano (RV) - Teve início esta terça-feira (18), na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, o Simpósio sobre os 50 anos da Sacrosanctum Concilium. Promulgada pelo Papa Paulo VI em 4 de dezembro de 1963, a primeira Constituição do Concílio Vaticano II deu início à reforma da Liturgia.

O evento na Lateranense – que tem por tema “Gratidão e empenho por um grande movimento eclesial” - é promovido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e pelo Ateneu Pontifício, e se estenderá até o dia 20 de fevereiro. O Sub-Secretário do dicastério vaticano, Pe. Juan Miguel Ferrer Grenesche, falou com a Rádio Vaticano sobre os objetivos do encontro:

R: “É preciso agradecer a Deus, pois a renovação litúrgica foi um verdadeiro dom para a Igreja, uma experiência de aproximação da Liturgia com todo o povo de Deus e também pela importância que teve no revigoramento da espiritualidade dos cristãos nas fontes da Palavra de Deus e da Liturgia da Igreja. Além disto, também para agradecer aos padres do Concílio e a todos aqueles que tornaram possível esta Constituição e a sua aplicação. Existe, depois, o empenho em entender o que devemos fazer hoje, pois os Papas pós-Concílio – Paulo VI, mas também João Paulo II – nos exortaram a continuar, trabalhando no tema, e aprofundar os ensinamentos da ‘Sacrosanctum Concilium’ e do ‘Moto Proprio’ de Bento XVI, ‘Quaerit semper’. Nos exortaram também a trabalhar, especialmente para ajudar todo o povo de Deus a adentrar no Espírito do ensinamento litúrgico da Sacrosanctum Concilium”.

RV: Que movimento eclesial pode nascer a partir da reflexão da Sacrosanctum Concilium?

R: “João Paulo II, na Carta Apostólica ‘Novo Millenio Ineunte’, o projeto pastoral para a Igreja do novo milênio, assinalava que não era possível viver um dos elementos fundamentais da eclesiologia do Concilio, “a eclesiologia da comunhão”, sem uma espiritualidade da comunhão. A Liturgia é a escola desta espiritualidade de comunhão, a Liturgia nos faz aprender que Deus está no centro de tudo e que a comunhão se realiza no encontro de todos aqueles que recebem os dons de Deus: o dom da sua Palavra, o dom de seu Sacramento, o dom que Ele faz de si mesmo através desta realidade sacramental. Então, penso que o grande movimento seja o movimento de uma Igreja entendida como um só corpo com o Cristo e que entende, cada vez mais, que deve continuar a obra de Cristo sobre a terra”.

RV: Por outro lado, em contradição com este incentivo à comunhão eclesial, às vezes a Liturgia se torna no âmbito católico, também motivo para debates e divisões…

R: “Está certo debater para buscar a verdade, mas respeitando sempre a natureza das coisas. Evidentemente, se se aprofunda a Liturgia na sua natureza, então é possível entender como tantas discussões eclesiais dizem respeito a coisas que são de livre opinião, onde entram em jogo as sensibilidades, os diversos comportamentos espirituais e a Igreja sempre respeitou, na unidade do ministério celebrado, uma diversidade de formas. É necessário, porém, que todos saibam que por detrás da forma – que eles praticam como caminho para chegar ao Senhor – devem encontrar-se principalmente com este, o Mistério, o Senhor que nos oferece a sua vida. Penso que se poderá trabalhar sobre o sentido deste Simpósio, aprofundando sempre a verdade teológica, espiritual e pastoral do mistério da Liturgia. Este nos levará a respeitar as diversas opções legítimas, sentindo-nos sempre profundamente unidos na única liturgia cristã”. (JE)








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