Dimensão eclesial do sacramento da Reconciliação sublinhada pelo Papa na audiência
geral. Apelo sobre Ucrânia
O Sacramento da Reconciliação - também conhecido como Confissão e Penitência - foi
o tema da catequese desenvolvida pelo Santo Padre, na audiência geral desta quarta-feira,
na praça de São Pedro, com dezenas de milhares de peregrinos. Este o resumo em
português da catequese desenvolvida em italiano:
"O sacramento da Reconciliação
– também conhecido pelos nomes de Confissão e Penitência – foi-nos dado por Jesus
no domingo de Páscoa, quando disse aos discípulos: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles
a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados». Como vedes, o perdão dos nossos
pecados não o podemos dar a nós mesmos, mas é dom do Espírito Santo: Ele derrama sobre
nós torrentes de graça e misericórdia do Pai, que jorram sem cessar do Coração aberto
de Cristo ressuscitado. A Confissão é deixar-se envolver no abraço da misericórdia
infinita do Pai, que nos comunica toda a sua alegria pelo nosso regresso a casa, à
família de Deus. Na verdade, embora a forma ordinária da Confissão seja pessoal e
secreta, não se deve perder de vista a sua dimensão eclesial. Por isso, não basta
pedir perdão a Deus no íntimo do próprio coração, mas é necessário confessar os pecados
ao sacerdote. Este, no confessionário, não representa apenas Deus, mas toda a comunidade
eclesial, a qual se reconhece na fragilidade dos seus membros, constata comovida o
seu arrependimento, reconcilia-se com eles e encoraja-os no caminho de conversão e
amadurecimento humano e cristão."
Não faltou, como sempre, uma saudação
especial do Santo Padre aos peregrinos de língua portuguesa: "Queridos peregrinos
de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis
de São Sebastião do Rio de Janeiro com o vosso Pastor Dom Orani João Tempesta, desejando-vos
que nada e ninguém possa impedir-vos de viver e crescer na amizade de Deus Pai; mas
deixai que o seu amor sempre vos regenere como filhos e vos reconcilie com Ele, com
vós mesmos e com os irmãos. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas
bênçãos."
No final da audiência, o Santo Padre exprimiu a preocupação
que lhe suscita as violências que têm tido lugar na capital ucraniana. Estas as suas
palavras:
"É com preocupação que sigo o que tem vindo a acontecer em
Kiev. Asseguro a minha proximidade ao povo ucraniano e rezo pelas vítimas das violências,
pelos seus familiares e pelos feridos. Convido todas as partes a cessarem toda e qualquer
ação violenta e a procurarem a concórdia e a paz no país".