Audiência: "Não ter medo da Confissão". Na Praça, delegação brasileira que acompanha
Dom Orani
Cidade
do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de festa no Vaticano, com a presença de
milhares de fiéis e peregrinos que participam da Audiência Geral com o Papa Francisco.
Nesta
quarta, a festa foi ainda mais intensa, pois na Praça S. Pedro havia inúmeros cardeais
que vieram a Roma para participar do Consistório no próximo sábado, dia 22, quando
o Colégio Cardinalício ganhará 19 novos membros.
Do Brasil, uma numerosa delegação
acompanha o Arcebispo de Rio de Janeiro, futuro Cardeal, Dom Orani João Tempesta.
Com
os presentes, o Pontífice retomou suas catequeses sobre os Sacramentos, comentando
desta vez o Sacramento da Reconciliação, também conhecido pelos nomes de Confissão
e Penitência.
Este Sacramento provém diretamente do mistério pascal, quando
disse aos discípulos: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados,
ficarão perdoados”. Antes de tudo, disse Francisco, o perdão dos nossos pecados não
é algo que podemos dar-nos a nós mesmos.
Eu não posso dizer: ‘Eu me perdoo
os pecados’. O perdão se pede, se pede a outro, e na Confissão pedimos perdão a Jesus.
O perdãonão é fruto dos nossos esforços, mas é dom do Espírito Santo,
que derrama sobre nós a graça e a misericórdia do Pai.
Na verdade, embora
a forma ordinária da Confissão seja pessoal e secreta, não se deve perder de vista
a sua dimensão eclesial. Por isso, não basta pedir perdão a Deus no íntimo do próprio
coração, mas é necessário confessar os pecados ao sacerdote. Este, no confessionário,
não representa apenas Deus, mas toda a comunidade eclesial, a qual se reconhece na
fragilidade dos seus membros, constata comovida o seu arrependimento, reconcilia-se
com eles e encoraja-os no caminho de conversão e amadurecimento humano e cristão.
Para
aqueles que dizem: ‘Eu me confesso somente com Deus’, o Papa recordou que os nossos
pecados são também contra os irmãos e a Igreja e por isso é necessário pedir perdão
a eles na pessoa do sacerdote. Aos que se envergonham, o Pontífice respondeu:
Também
a vergonha é boa, vergonhar-se é saudável. Porque quando uma pessoa não tem vergonha,
no meu país dizemos “sem vergonha”, sin verguenza. (...) Mas
a vergonha também faz bem, porque nos torna mais humildes. (...) Não tenham medo da
Confissão, porque dela se sai mais “livre, grande, belo, perdoado e feliz”.
O Papa se dirigiu aos presentes para que cada um se lembre qual foi a
última vez que se confessou e sugeriu: Se passou muito tempo, não perca mais um
dia: vá avante, que o sacerdote será bom. Jesus é quem está ali, eh?, e Jesus é o
padre mais bondoso de todos, pois recebe com tanto amor. Seja corajoso e vá se confessar.
Francisco
concluiu sua catequese ressaltando que o Sacramento da Reconciliação significa deixar-se
envolver no abraço da misericórdia infinita do Pai. E citou a parábola do filho pródigo,
que ao voltar para casa sentindo tanta culpa e vergonha, ficou surpreso com o abraço
que recebeu do Pai. Toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz
festa. Prossigamos nesta estrada. Ao saudar os peregrinos
na Praça, em português o Pontífice se dirigiu de modo especial aos fiéis do Rio de
Janeiro que acompanham Dom Orani João Tempesta.