Moçambique: próximo um acordo entre o governo e a Renamo, a bem da paz
Maputo (18 fevereiro) - A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, depositou
nesta segunda - feira na Assembleia da República o projecto de revisão pontual da
Lei Eleitoral, segundo disse à Lusa a chefe da bancada parlamentar do movimento, Angelina
Enoque, salientando que a proposta traduz o acordo que a Renamo alcançou com o Governo
para uma nova composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Secretariado
Técnico da Administração Eleitoral (STAE), o braço operativo dos processos eleitorais
em Moçambique.
O executivo moçambicano e o principal partido da oposição chegaram
na semana passada a um entendimento sobre o aumento do número de representantes da
Renamo na CNE e integração de representantes do partido no STAE.
Entretanto
o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse que conta reaparecer em público em breve.
Dhlakama está em parte incerta desde outubro de 2013, quando se registraram confrontos
entre grupos armados da Renamo e tropas governamentais. Falando na última quinta-feira
em entrevista telefónica à agência francesa AFP, a partir de um lugar desconhecido,
Dhlakama disse que as conversações em curso com o Governo estão a começar a dar frutos,
podendo abrir caminho para o seu regresso à vida pública.
Apesar deste entendimento
a violência não cessou. A Renamo continua a levar a cabo ataques contra posições das
Forcas Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e contra alvos civis. Na entrevista
concedida a AFP, Dhlakama confirmou os mais recentes ataques, ocorridos no final da
semana passada, mas garantiu que tinha ordenado um cessar-fogo.