Venezuela: A Igreja pede ao Governo para ouvir a voz do povo
Caracas (RV) - "Não podemos ter um Governo que não escuta o seu povo", disse
o Arcebispo de Cumaná, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, Presidente da Conferência
Episcopal Venezuelana, em relação ao assassinato de três jovens durante os recentes
protestos contra o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.
Na nota enviada
à Agência Fides pela Union Rádio, Dom Padrón Sánchez, que defendeu a marcha dos jovens
considerada legítima e pacífica, denunciou a existência de "pequenos grupos violentos
que é preciso identificar, desarmar e prender".
Na última quarta-feira, os
venezuelanos se reuniram em várias partes da capital, Caracas, para celebrar o 200º
aniversário da "Batalha da Vitória", evento histórico que recorda a guerra de independência
do país. No mesmo dia, foi comemorado o "Dia da Juventude" em homenagem aos jovens
que morreram durante o conflito.
A celebração tornou-se uma ocasião de protesto
geral em defesa dos direitos humanos, acusando o Presidente Maduro de reprimir as
manifestações contra o Governo. Os manifestantes criticaram o uso de armas de fogo
pela polícia para controlar as manifestações e o recurso à lei antiterrorismo para
deter os ativistas, violando o direito constitucional de protestos pacíficos.
"É
um momento oportuno para todos os venezuelanos refletirem e se mobilizarem pela paz.
O diálogo é uma chave que abre as portas, que abaixa as tensões e permite chegar a
acordos e consensos entre todos. Não seguir esta estrada significa aprofundar a polarização",
disse Dom Padrón Sánchez.
O arcebispo pediu ao presidente para "ouvir o povo
que protesta". (MJ)