2014-02-13 18:39:18

Arcebispo Chullikatt: cresce perseguição religiosa no mundo, inclusive no Ocidente


Washington (RV) - As ameaças à liberdade religiosa se manifestam não somente sob regimes autoritários, mas também nas grandes democracias do mundo. Foi o que evidenciou o observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Francis Chullikatt, convidado a participar, terça-feira passada, dia 11 do corrente, de um debate público no Capitólio, em Washington, sobre a liberdade religiosa.

A liberdade religiosa, que compreende também o direito de manifestar em público as próprias convicções, é para a Santa Sé um direito fundamental do qual promanam os outros direitos. E deve ser protegido.

Hoje, porém, observa o núncio apostólico, a perseguição religiosa, mais ou menos evidente, "está emergindo com frequência crescente no mundo inteiro", mesmo nas democracias ocidentais, incluindo a proibição legal a expor símbolos e imagens cristãs, e isso evidencia uma profunda crise no coração dessas grandes democracias que devem a origem e cultura dos direitos humanos a seu encontro com o cristianismo.

Em seguida, o representante vaticano se detém sobre as violações à liberdade religiosa no Oriente Médio, em particular para os cristãos.

Nenhum cristão está isento, diz, recordando que os cristãos árabes são uma pequena, mas significativa comunidade, e são alvo de abusos por nenhuma razão senão a sua fé. Trata-se de uma tragédia ainda maior se se considera que estas pessoas são plenamente cidadãs e que durante inúmeras gerações viveram em paz com seus vizinhos.

Dom Chullikatt refere-se, por exemplo, aos ataques na vigília de Natal aos edifícios de culto católicos e de outras confissões cristãs, que se verificam há vinte anos. E é evidente que os governos não estão assegurando a liberdade religiosa de modo consistente e, no pior dos casos, as violações assumem forma de uma perseguição por parte de atores estatais.

É também citado o número de 100 mil cristãos anualmente assassinados por causas relacionadas à fé. Muitos atos de violência são perpetrados no Oriente Médio, África e Ásia, recorda Dom Chullikatt, mas em alguns países ocidentais emerge uma tendência a marginalizar o cristianismo da vida pública.

Em seu discurso, o núncio apostólico cita quanto afirmado pelos Papas Francisco e Bento XVI sobre as perseguições contra os cristãos. Em seguida, faz-se também uma referência à objeção de consciência, que deve ser assegurada pela lei.

"A perseguição aos cristãos no Oriente Médio se dá neste teatro de sofrimento" e "a Assembléia Geral da ONU abordou a questão em algumas resoluções, que ajudamos a negociar ressalta o prelado indiano.

Mas esses esforços não conseguem receber o perfil que merecem no cenário mundial e os "Estados membros, especialmente o que têm perfil de liderança, como os EUA, podem tomar medidas decisivas" para assegurar que o direito à liberdade religiosa seja mais protegido no mundo. (RL)







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