Semana do Papa – síntese das principais atividades de 3 a 9 Fevereiro
Dia 3 Não usar
Deus e o povo nos momentos de dificuldade - esta a principal mensagem da homilia
do Papa Francisco na manhã de segunda-feira dia 3 na Casa de Santa Marta. Comentando
o episódio da traição de Absalão ao seu pai, rei David, narradas no Segundo Livro
de Samuel, o Santo Padre lança a sua atenção sobre as atitudes de David: “É
belo ouvir isto e ver estas três atitudes: um homem que ama Deus, ama o seu povo e
não o negoceia, um homem que se sabe pecador e faz penitência; um homem que é seguro
do seu Deus e confia n’Ele. David é santo e nós veneramo-lo como santo. Peçamos-lhe
que nos ensine estas atitudes nos momentos difíceis da vida.” Dia 4 Na
terça-feira dia 4 o Papa Francisco na sua homilia em Santa Marta afirmou que Deus
também chora e o choro de Deus é como aquele de um pai que ama e espera sempre os
seus filhos mesmo que sejam rebeldes “Deus é assim connosco! ‘Mas Padre
Deus não chora!’ Quem disse que não? Recordemos Jesus, quando chorou olhando Jerusalém:
‘Jerusalém, quantas vezes quis recolher os teus filhos, como a galinha recolhe os
seus pintaínhos sob as suas asas.’ Deus chora! Jesus chorou por nós! E aquele choro
de Jesus é mesmo a figura do choro do Pai, que nos quer a todos consigo.” Foi também na terça-feira dia 4 de fevereiro que foi apresentada a Mensagem do
Papa Francisco para a Quaresma deste ano de 2014: No tempo da Quaresma, a Igreja
seja "bem disposta e diligente" em cuidar de toda a miséria material, moral e espiritual,
com o anúncio do Evangelho e o serviço concreto da caridade: pede o Papa Francisco
na sua Mensagem para o período de preparação para a Páscoa, que começa no próximo
5 de Março, quarta-feira de cinzas. Para o Papa, há três misérias que nunca faltaram
no mundo: não ter nada - ou ter muito pouco - para viver com dignidade no meio dos
outros; ter um coração e uma mente queimados por qualquer espécie de escravidão; ou
ter as mãos até cheias de bens, mas a alma vazia, por não saber acreditar em nada,
porque nada vale a pena. Há, por outro lado, o "antídoto": o Evangelho. Para o Papa,
a Quaresma consiste essencialmente em tratar as misérias pondo em prática o Evangelho.
Dia 5 Roma acordou com frio e chuva nesta quarta-feira dia 5 para a audiência
geral na Praça de São Pedro na qual o Papa Francisco desenvolveu uma catequese sobre
a Eucaristia: “Palavra e Pão na Missa, tornam-se num só, como na Última Ceia,
quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que tinha feito, condensaram-se
no gesto de partir o pão e oferecer o cálice, antecipação do sacrifício da cruz com
aquelas palavras «Tomai e comei: Isto é o meu corpo (…). Tomai e bebei: Este é o cálice
do meu sangue.” “Assim, a celebração eucarística é bem mais que um
simples banquete: é o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação.
Memorial não significa só recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este
sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.” O
Papa Francisco no final da sua catequese convidou todos os cristãos a participarem
na missa dominical não só para rezar mas também para receber a comunhão, este pão
que é o Corpo de Jesus Cristo. Afirmou ainda que todas as crianças devem fazer a comunhão
e prepararem-se bem para esse sacramento. Durante as saudações o Papa Francisco,
invocando as virtudes heróicas de Santa Ágata, virgem e mártir, dirigiu-se aos jovens,
exortando-os a compreenderem a importância da pureza e da virgindade; aos doentes
encorajando-os a aceitarem a cruz em união espiritual com o coração de Cristo e ainda
aos jovens noivos para que comprendam cada vez melhor o papel da mulher na vida familiar. Dia
6 Na missa de quinta-feira dia 6 na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco
na sua homilia comentou a Primeira leitura do dia que nos relata a morte de David
depois de uma vida ao serviço do seu povo. Uma reflexão do Santo Padre sobre o mistério
da morte da qual se podem extrair três ideias: permanecer até ao fim com o Povo de
Deus no seio da Igreja; morrer conscientes da esperança e deixar um testemunho cristão
como herança. “Esta é a herança: o nosso testemunho de cristãos deixado aos
outros. E alguns de nós deixam uma grande herança: pensemos nos santos que viveram
o Evangelho com tanta força, que nos deixam um caminho de vida e modo de viver como
herança. Eis as três coisas que me vêm ao coração na leitura desta passagem sobre
a morte de David: pedir a graça de morrer em Igreja; morrer na esperança, com esperança;
e pedir a graça de deixar uma bela herança, uma herança humana, uma herança feita
com o testemunho da nossa vida cristã. Que São David nos conceda a todos nós estas
três graças!” Foi na quinta-feira dia 6 que foi divulgada a Mensagem do
Santo Padre para a XXIX Jornada Mundial da Juventude 2014 com o tema: «Felizes os
pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus» (Mt 5,3). Trata-se da primeira
Mensagem que o Papa Francisco dirige aos jovens, inserindo-se na tradição iniciada
pelo Beato João Paulo II e prosseguida por Bento XVI por ocasião de cada Jornada Mundial
da Juventude. Após a extraordinária JMJ vivida no Rio de Janeiro em julho de 2013,
o Papa retoma o seu diálogo com os jovens do mundo e apresenta-lhes os temas das três
próximas edições do evento, para iniciar o itinerário de preparação espiritual que
nos próximos três anos conduzirá à celebração internacional em Cracóvia, no mês de
julho de 2016. Na Mensagem, o Santo Padre recorda aos jovens que o próprio Jesus
mostrou o caminho a seguir, encarnando as Bem-aventuranças em toda a sua vida: viver
as Bem-aventuranças hoje é para os jovens um verdadeiro e próprio desafio a seguir
Jesus indo contra a corrente e testemunhando a sua novidade revolucionária. E porque
não é possível ser cristãos e ter uma ideia “pequena” da vida, o Papa exorta os jovens
a rejeitar toda oferta de felicidade “a baixo preço”, a encontrar a “coragem da felicidade”
autêntica que só Deus pode dar. Dia 7 Na missa desta sexta-feira dia 7 na Capela
da Casa de Santa Marta o Papa Francisco afirmou que se deve anunciar o Evangelho com
humildade pois ser cristão não é um privilégio. “Vai-nos fazer bem hoje,
a nós, perguntarmo-nos sobre o nosso discipulado: anunciamos Jesus Cristo? Aproveitamos
ou não aproveitamos da nossa condição de cristãos como se fosse um privilégio? João
não se apoderou da profecia. Vamos pelo caminho de Jesus Cristo? O caminho da humilhação,
da humildade, do rebaixamento para o serviço? E se nós acharmos que não estamos firmes
nisto, perguntemo-nos: ‘Mas quando foi o meu encontro com Jesus Cristo, aquele encontro
que me encheu de alegria?’ E voltar ao encontro, voltar à primeira Galileia do encontro,
Todos nós temos uma! Voltar lá! Reencontrarmo-nos com o Senhor e andar para a frente
neste caminho tão belo, no qual Ele deve crescer e nós diminuir.” Na final
da manhã de sexta-feira o Papa Francisco recebeu os bispos polacos que constituem
a Conferência Episcopal da Polónia na conclusão da sua visita Ad Limina Apostulorum.
O Santo Padre evocou a próxima canonização do beato João Paulo II – “luminoso exemplo
(disse) de abandono total a Deus e à sua Mãe, e de completa dedicação à Igreja e ao
homem” – afirmou o Papa Francisco. Reconhecendo e dando graças a Deus pelas “grandes
potencialidades de fé, de oração, de caridade e de prática cristã” da Igreja na Polónia,
o Papa Francisco convidou ainda assim a um esforço de “discernimento” para “enfrentar
os novos desafios” que se colocam à Igreja.
E concluiu exortando à “solicitude
pelos pobres”. “Não obstante o atual desenvolvimento económico do país – observou
– muitos são os necessitados, desempregados, desalojados, abandonados, assim como
também tantas famílias – sobretudo as numerosas – sem meios suficientes para viver
e educar os filhos”. O Papa Francisco pediu-lhes que lhes estejam sempre “próximos”,
continuando a encorajar os padres, religiosos e todos os fiéis a porem em prática
a “fantasia da caridade”. Dia 8 No sábado dia 8 pela manhã o Papa Francisco
recebeu em audiência sucessivas o cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para
os Bispos e ainda os bispos titulares de 10 dioceses polacas, acolhidos com os respetivos
auxiliares. Pouco depois do meio-dia, na basílica de São Pedro, o Santo Padre encontrou-se
com um grupo de fiéis do Sri Lanka, acompanhados pelo cardeal Malcolm Ranjith, arcebispo
de Colombo, e outros bispos srilankeses, vindos a Roma em peregrinação nos 75 anos
da consagração do seu país a Nossa Senhora. Numa breve saudação, o Papa Francisco
evocou as circunstâncias desta consagração, em plena II Guerra Mundial, perante a
iminência de invasão estrangeira. O então arcebispo de Colombo, invocando em nome
de toda a Igreja a intercessão da Virgem Maria, fez o voto de construir um santuário
mariano se a ilha fosse preservada de tal calamidade. Foi assim edificada a basílica
de Nossa Senhora de Lanka, na localidade de Tewatte, consagrada em 1974, faz agora
quarenta anos.
Dia 9 No Angelus deste domingo dia 9 o Papa Francisco exortou
os cristãos a viverem como uma lâmpada acesa no mundo: “Os cristãos, o novo
Israel, recebem portanto uma missão em relação a todos os homens: com a fé e a caridade
podem orientar, consagrar, fazer fecunda a humanidade. Todos nós os batizados somos
discípulos missionários e somos chamados a nos tornarmos no mundo um evangelho vivo:
com uma vida santa daremos "sabor" aos diferentes ambientes e os defenderemos da corrupção,
como faz o sal; e levaremos a luz de Cristo com o testemunho de uma caridade genuína.
Mas se os cristãos perdem o sabor e se apagam, a sua presença perde a eficácia”. Após
a oração do Angelus o Papa anunciou a Festa de Nossa Senhora de Lourdes, no próximo
dia 11, terça-feira, que é também o Dia Mundial do Doente e recordou, a propósito
todos aqueles que fazem da sua vida uma total entrega aos irmãos doentes: “A
dignidade da pessoa nunca se reduz às suas faculdades ou capacidades, e não termina
quando a própria pessoa é fraca, deficiente e necessitada de ajuda. Penso também nas
famílias, onde é normal cuidar de quem está doente, mas por vezes as situações podem
ser mais pesadas ... Muitas pessoas me escrevem, e hoje gostaria de assegurar uma
oração por todas estas famílias, e dizer-lhes: não tenhais medo da fragilidade! Ajudai-vos
uns aos outros com amor, e sentireis a presença reconfortante de Deus – concluiu o
Papa, reiterando uma vez que “a atitude generosa e cristã para com os doentes é sal
da terra e luz do mundo” e implorando a Virgem Maria para que nos ajude a praticá-lo,
e obtenha a paz e conforto para todos os que sofrem.” (RS)