2014-02-08 13:32:32

Alta tensão na Bósnia Herzegovina com violência nas principais cidades


Altíssimo grau de tensão o que se vive desde há dias na Bósnia-Herzegovina, com manifestações em Sarajevo e vários outros pontos do país a terminar em violentos confrontos com a polícia. O Governo apelou à calma e à razão mas a prometeu mão pesada contra o vandalismo.
Na capital, Sarajevo, as forças anti - motim recorreram a balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que inundaram o centro da cidade, investindo contra a sede do governo local e contra o palácio presidencial para protestar contra o desemprego e o impasse político que torna ineficientes as instituições do país.
Os confrontos escalaram rapidamente, com os manifestantes a bloquear várias estradas e a arremessar pedras contra as forças policiais. Uma barreira de protecção foi montada em torno do palácio presidencial, com canhões de água a impedir o acesso dos manifestantes. De acordo com o jornal Dnevni Avaaz de Sarajevo, os confrontos fizeram pelo menos uma centena de feridos.
O primeiro-ministro da Federação da Bósnia-Herzegovina (uma das duas entidades políticas autónomas que compõem o Estado da Bósnia-Herzegovina), Nermin Niksic, reuniu de emergência com os ministros e procuradores regionais, e manifestou abertura para receber os manifestantes.No entanto, Niksic fez questão de distinguir os “protestos legítimos”, por causa da difícil situação económica do país, dos actos de vandalismo. “Temos de separar os trabalhadores que de repente se viram provados dos seus direitos básicos, como pensões e assistência social, dos hooligans que pretendem usar esta situação para promover o caos e a instabilidade”, sublinhou o líder dos muçulmanos bósnios e bósnios croatas. “Nunca será possível encontrar uma solução para os problemas com a destruição de propriedade e a danificação de veículos”, acrescentou, assegurando que as autoridades não teriam contemplações
A situação foi já descrita como a “turbulência” política mais grave desde a guerra que devastou a Bósnia entre 1992 e 1995, matando mais de cem mil pessoas. Desta vez, a origem do conflito não tem contornos étnicos mas antes económicos e políticos. Com a taxa de desemprego acima dos 40% (oficialmente 27,5%, a mais alta dos Balcãs) e um em cada cinco habitantes a viver abaixo da linha da pobreza, a população exige reformas que repliquem na Bósnia-Herzegovina os progressos alcançados pelos países vizinhos que também resultaram da dissolução da antiga Jugoslávia.
Os protestos têm sido convocados nas redes sociais, com apelos genéricos à “revolução” e ao combate aos “ladrões” – a percepção no país é de que o sistema de divisão do poder por quotas, estabelecido nos acordos de paz de Dayton mediados pelos Estados Unidos, é o responsável pela estagnação política e alimenta a corrupção e o nepotismo.








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