Dom Parolin: "Papa Francisco tem a peito concretamente os pobres"
Veneza
(RV) – “Que os pobres sejam acolhidos como Cristo”, “para que se sintam em casa”.
Foi o que escreveu o Papa Francisco em uma mensagem dirigida ao Patriarca de Veneza,
Dom Francesco Moraglia, por ocasião da bênção do refeitório-dormitório da Caritas
em Marghera, e que leva o nome do Pontífice. A mensagem do Santo Padre foi lida pelo
Secretário de Estado do Vaticano, Dom Pietro Parolin.
“É de conhecimento de
todos o quanto ele tenha a peito concretamente os pobres”, continuou o Secretário
de Estado vaticano. “Nos primeiros meses de pontificado, ele nos estimulou continuamente
com o seu exemplo e a coragem de ir ao encontro deles”.
“O Pontífice agradece
pela dedicação e se congratula pela ‘providencial obra’ que concede um lugar privilegiado
aos pobres no povo de Deus”, disse Parolin. “Acredito que a minha presença aqui hoje,
testemunhe a atenção do Papa ao tema da pobreza e aos pobres, às pessoas concretas
que sofrem situações de desconforto, de marginalização. O Papa Francisco deu tantissimos
exemplos nestes meses de pontificado”, acrescentou.
''A fé deve se transformar
em obras de desenvolvimento”, disse Dom Parolin. “Tantas vezes a Igreja com uma criatividade
e uma fantasia ditadas pelo Espírito Santo conseguiu vir ao encontro das necessidades
dos homens. Acredito que a Igreja demonstrou de forma muito evidente de como a fé
- e esta é a mensagem desta estrutura -, pode transformar-se- em obras de desenvolvimento”.
Dom
Parolin recordou ainda da visita aos jovens detidos na prisão ‘Casal Del Marmo’, em
Roma e da viagem a Lampedusa “para gritar ao mundo ‘Vergonha’ e chamar todos à responsabilidade,
para que não se repitam mais as tragédias com milhares de pobres migrantes deixados
à mercê de saqueadores que especulam com as suas desgraças”.
Após a bênção
do local de acolhida, ao ser questionado por jornalistas sobre como é possível para
a Igreja conciliar a dimensão da pobreza com a diplomacia, Dom Parolin respondeu afirmando
que “O papel da diplomacia é também o de lutar contra a pobreza. Este foi um dos objetivos
que o próprio Papa indicou no primeiro discurso com os embaixadores”. Para Parolin,
entre as missões principais da diplomacia vaticana, está a de “ajudar pessoas e nações
a sair da pobreza, junto à edificação da paz”.
Interpelado se existe realmente
uma paz possível nas áreas mais conturbadas do mundo, o Secretário de Estado vaticano
afirmou que “O verdadeiro desafio hoje é fazer das nossas diferenças um ponto de encontro
e de colaboração. Hoje vivemos em um mundo plural em todos os sentidos. O perigo e
a tentação são o de transformar estas diferenças em conflitos. O verdadeiro desafio
é torná-las um ponto de colaboração e de crescimento para todos”. (JE)