Vibrante encontro do Papa com a Comunidade Neocatecumenal. Três suas "recomendações"
“Caminhar
conjuntamente, como único rebanho, sob a guia dos Pastores das Igrejas locais” – esta
uma das “recomendações” deixadas pelo Papa Francisco, “em nome da Igreja, nossa Mãe”,
aos membros do Caminho Neocatecumenal, num encontro realizado neste sábado de manhã,
no Vaticano, no Auditório Paulo VI. O Papa deu o “mandato missionário” a umas 1.500
pessoas do “Caminho” que partirão para 40 diferentes “missões” através do mundo, 17
das quais na Ásia. Cada uma destas “missões” é constituída por quatro ou cinco famílias
(com os respectivos filhos) e ainda um padre, um seminarista e três religiosas em
missão.
Dirigindo-se especialmente a estes grupos que partem em missão,
a primeira recomendação do Papa Francisco foi a de “porem o máximo cuidado em construir
e conservar a comunhão no interior das Igrejas particulares” em que vão atuar. O que
significa “colocar-se à escuta das Igrejas” aonde são enviados, valorizando as riquezas
das mesmas, sofrendo mesmo – se for preciso – as suas debilidades, e caminhando juntamente”
com elas.
“A comunhão é essencial: por vezes pode ser melhor renunciar
a viver em todos os pormenores o que o vosso itinerário exigiria, de modo a garantir
a unidade entre os irmãos que formam a única comunidade eclesial, de que sempre vos
deveis sentir parte”.
Uma segunda indicação do Papa Francisco
aos Neocatecumenais que partem em missão é a consciência de que “o Espírito do Senhor
chega sempre antes de nós”.
“O Senhor precede-nos sempre! Mesmo
nos lugares mais distantes, mesmo nas culturas mais diversas. Deus espalha por toda
a parte as sementes do seu Verbo”.
Daqui a importância de dedicarem
“especial atenção ao contexto cultural” que irão encontrar, tantas vezes “muito diferente
daquele de onde provêm”. Para além do esforço de falar a língua local, importante
será também “o esforço de aprender as culturas que encontrarem, reconhecendo
ao mesmo tempo a necessidade do Evangelho que nelas existe e a ação que o Espírito
Santo tem realizado na vida e na história de cada povo”.
Finalmente –
última exortação do Papa – cuidarem “com amor uns dos outros, em particular dos mais
débeis”. Pode acontecer que algum irmão ou irmã encontre dificuldades imprevistas
no exigente caminho a percorrer. A Comunidade terá então que “exercitar a paciência
e a misericórdia”. Será um “sinal de maturidade”.
“Não se deve forçar
a liberdade de ninguém. Há que respeitar mesmo a eventual decisão de procurar, fora
do Caminho, outras formas de vida cristã que ajudem a crescer na resposta à chamada
do Senhor”.
Segundo informa a agência Ecclesia, encontravam-se
presentes também neste encontro com o Papa nove famílias e quatro jovens portugueses
que partem em missão para diversas partes do mundo. Duas destas famílias provêm da
Diocese de Lisboa, uma de Setúbal, outra de Aveiro, outra ainda da diocese de Portalegre-Castelo
Branco, duas da arquidiocese de Évora. Quanto aos mais novos, trata-se de duas jovens
de Lisboa, uma de Angra (Açores) e um jovem de Setúbal. Os destinos da missão são
diferentes, mas é para a Ásia que “vai a maior parte das pessoas”.