Jales (RV) - Parecia tudo tranqüilo para 2014. Os eventos já marcados, bem
garantidos por um calendário estabelecido com absoluta prioridade: a copa do mundo,
e as eleições de outubro.
Mas eis que de repente surge uma interrogação inquietante:
como vai ser esta copa? E como serão as eleições, que dependerão muito do resultado
da copa.
Uma interrogação que envolve, portanto, os dois eventos principais,
previstos para este ano.
O temor se concentra na probabilidade de manifestações
populares. Como serão, que repercussão terão, qual sua força de intervenção nos diversos
eventos programados.
Uma coisa é certa, e necessita de nossa atenção. Muitos
preferem águas turvas para pescar. Estão torcendo pelo pior. E não terão escrúpulos
de usar a violência para conseguir seus objetivos.
Diante desta postura,
assumida e organizada por grupos bem identificados, não resta dúvida que cabe ao poder
público estar atento, e coibir ações criminosas, que se valem da legitimidade de manifestações
populares, para encobrirem seus intentos criminosos.
Um fenômeno interessante
está tomando forma. No país do futebol, se avolumam os questionamentos à maneira como
vem sendo organizada a Copa do Mundo. Este questionamento se amplia, ao constatarmos
onde foi parar este esporte tão envolvente e tão próximo das camadas mais pobres da
população.
O futebol foi domesticado, e apropriado indevidamente pelo poder
econômico, a tal ponto que virou simplesmente um negócio, que vai tirando a beleza
deste esporte tão democrático e tão popular.
Esta tendência contagiou negativamente
todos os níveis do futebol. Desde os campeonatos de várzea, até a organização mundial
do futebol, simbolizado pela FIFA, que tem na organização da copa do mundo sua incumbência
maior.
Hoje, qualquer menino que dá seu primeiro chute numa bola, já começa
a sonhar em ser um grande jogador, ganhando salários fabulosos. E como de fato o futebol
acarreta somas fabulosas, a Copa do Mundo acabou ficando refém da grande especulação
financeira que gira ao seu redor.
Ao chegar o tão esperado “ano da copa”, parece
que “o país do futebol” tem um questionamento importante a fazer aos cartolas, que
se apoderaram indevidamente deste esporte tão popular, que não pode ficar reduzido
a uma trama de negócios escusos.
Mas para nos habilitarmos a transmitir esta
mensagem de questionamento, não podemos perder a credibilidade que nos habilita a
tomar uma posição esclarecida, madura e responsável.
Se é para fazer manifestações
populares, providenciemos as condições para que elas se façam ordeiramente, sem violência
e sem intenções malévolas, seja de que ordem forem.
Uma das belezas maiores
do futebol decorre da rigidez de suas normas, que o juiz se encarrega de aplicar.
A democracia também precisa de regras claras, seguidas com rigor. Também quando se
trata de manifestações de massa.
O ano da copa e das eleições nos convida para
o discernimento e para a responsabilidade. Nisto, todos podemos entrar em campo!