A eficácia comunicativa do Papa Francisco está na sua autenticidade e não no uso de
"estratégias de comunicação", afirma Pe. Spadaro
Cidade do Vaticano (RV) – Nenhuma “estratégia comunicativa”, mas uma “vivência
pastoral que leva naturalmente à criação de relações autênticas”. Este é o segredo
da capacidade “reconhecida e apreciada” do Papa Francisco de comunicar de modo imediato
e eficaz. É o que afirma o sacerdote jesuíta Antonio Spadaro na ‘Civiltà Cattolica’,
ao analisar a forma e o potencial comunicativo do primeiro Papa latino-americano,
também em relação à “cultura digital” e às redes sociais.
O Diretor da histórica
revista romana dos jesuítas, e autor de uma longa e rica entrevista com Francisco
publicada recentemente, sublinha ainda a abertura do Papa em relação aos seus interlocutores,
como elemento significativo na sua relação comunicativa.
“A mensagem – observou
o sacerdote jesuíta – plasma e modela a forma na qual ele a exprime, usando até mesmo
o seu próprio corpo. Papa Francisco – prosseguiu na análise Spadaro - exprime, de
fato, a própria corporeidade de uma maneira naturalmente inclinada ao seu interlocutor.
A sua, não é uma compostura rígida, mas uma flexibilidade que o leva a mergulhar em
uma profunda concentração, como quando celebra a Missa, às vezes inclinando-se, parecendo
que vai perder o equilíbrio”.
Consideração análogas aplicam-se também à sua
voz e à sua “comunicação epistolar”. Este estilo comunicativo recebe uma resposta
“forte”, tanto do “espaço tradicional”, como daquele “digital”.
“É na relação
direta, autêntica e livre de assimetrias que reside a contundência e a novidade da
sua transmissão da mensagem”, concluiu Padre Spadaro, e não sua “estratégia comunicativa”.
(JE)