2014-01-28 16:35:29

Bispos da Coordenação para a Terra Santa pedem ações para evitar construção de muro em Belém


Jerusalém (RV) - Os Bispos da Coordenação para a Terra Santa exortaram nesta terça-feira os governos dos seus países a tomarem medidas, para evitar que Israel construa um muro que segregará terras de 58 famílias e da Igreja Católica no Vale de Cremisán, próximo à cidade de Belém. Com a construção, Israel quer unir os assentamentos de Gilo e Har Gilo, levantados após 1967 e considerados ilegais pela lei internacional.

O Tribunal de Israel deverá se pronunciar nesta quarta-feira (29) sobre a questão, depois que os afetados recorreram à Justiça judaica, ao verem-se incapazes de levar a causa a outras instâncias, incluindo Cortes internacionais.

“Como Bispos da Coordenação para a Terra Santa, fazemos um chamamento para que seja garantida a justiça no vale de Cremisán, próximo a Belém”, afirmam os prelados, no comunicado enviado às agências de notícia, por meio de fontes palestinas.

A nota reitera que “os planos de Israel deveriam ser abandonados” para evitar a dor e a angústia da população. “Durante nossa recente visita à Terra Santa - dizem os prelados - pudemos nos reunir com muitas famílias de Bet Yala (a população mais afetada) e assim tomar conhecimento da dor e da angústia pela qual passam, devido à perda da terra e de seus meios de subsistência, pois o muro destruirá vinhedos, olivais e plantações, além de dividir suas terras”, explicaram.

Mesmo reconhecendo “o direito do Estado de Israel à segurança e a ter fronteiras resguardadas”, os Bispos insistem “que os planos desviam da ‘Linha Verde’ traçada e internacionalmente admitida, que separa Israel dos territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias. “Mais de três quartas partes do traçado previsto para o muro saem da Linha Verde e são ilegais, de acordo com uma consulta à Corte Internacional de Justiça, constituindo, portanto, uma flagrante violação da Convenção de Genebra e da Declaração dos Direitos Humanos”, afirma anota.

“Pedimos a nossos governos, que exortem Israel a cumprir a lei internacional. Nos preocupa profundamente, como temos manifestado repetidamente, que este muro planejado para a segurança seja de fato unicamente para consolidar zonas de assentamentos e para separar de forma permanente Belém de Jerusalém”, conclui o comunicado.

Entre os bispos que assinam a nota - e que também pedem oração para uma paz justa na Terra Santa -, estão, entre outros, o Arcebispo Stephen Brislin, da África do Sul, seu colega de Gales e Inglaterra, Dom Patrick Kelly, o Bispo estadunidense Richard Pates e o Bispo do Principado de Andorra, Dom Joan-Enric Vives. (JE)









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