Bispos da Coordenação para a Terra Santa pedem ações para evitar construção de muro
em Belém
Jerusalém (RV) - Os Bispos da Coordenação para a Terra Santa exortaram nesta
terça-feira os governos dos seus países a tomarem medidas, para evitar que Israel
construa um muro que segregará terras de 58 famílias e da Igreja Católica no Vale
de Cremisán, próximo à cidade de Belém. Com a construção, Israel quer unir os assentamentos
de Gilo e Har Gilo, levantados após 1967 e considerados ilegais pela lei internacional.
O
Tribunal de Israel deverá se pronunciar nesta quarta-feira (29) sobre a questão, depois
que os afetados recorreram à Justiça judaica, ao verem-se incapazes de levar a causa
a outras instâncias, incluindo Cortes internacionais.
“Como Bispos da Coordenação
para a Terra Santa, fazemos um chamamento para que seja garantida a justiça no vale
de Cremisán, próximo a Belém”, afirmam os prelados, no comunicado enviado às agências
de notícia, por meio de fontes palestinas.
A nota reitera que “os planos de
Israel deveriam ser abandonados” para evitar a dor e a angústia da população. “Durante
nossa recente visita à Terra Santa - dizem os prelados - pudemos nos reunir com muitas
famílias de Bet Yala (a população mais afetada) e assim tomar conhecimento da dor
e da angústia pela qual passam, devido à perda da terra e de seus meios de subsistência,
pois o muro destruirá vinhedos, olivais e plantações, além de dividir suas terras”,
explicaram.
Mesmo reconhecendo “o direito do Estado de Israel à segurança e
a ter fronteiras resguardadas”, os Bispos insistem “que os planos desviam da ‘Linha
Verde’ traçada e internacionalmente admitida, que separa Israel dos territórios conquistados
na Guerra dos Seis Dias. “Mais de três quartas partes do traçado previsto para o muro
saem da Linha Verde e são ilegais, de acordo com uma consulta à Corte Internacional
de Justiça, constituindo, portanto, uma flagrante violação da Convenção de Genebra
e da Declaração dos Direitos Humanos”, afirma anota.
“Pedimos a nossos governos,
que exortem Israel a cumprir a lei internacional. Nos preocupa profundamente, como
temos manifestado repetidamente, que este muro planejado para a segurança seja de
fato unicamente para consolidar zonas de assentamentos e para separar de forma permanente
Belém de Jerusalém”, conclui o comunicado.
Entre os bispos que assinam a nota
- e que também pedem oração para uma paz justa na Terra Santa -, estão, entre outros,
o Arcebispo Stephen Brislin, da África do Sul, seu colega de Gales e Inglaterra, Dom
Patrick Kelly, o Bispo estadunidense Richard Pates e o Bispo do Principado de Andorra,
Dom Joan-Enric Vives. (JE)