2014-01-27 16:52:29

Mensagem do Papa Francisco aos Prelados Auditores, Oficiais e Colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana


Por ocasião da inauguração do ano judiciário, o Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, na Sala Clementina, os Prelados Auditores, Oficiais e Colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana. Na sua mensagem, após breve saudação e agradecimento pelo inestimável serviço à Igreja em nome e por mandato do Sucessor de Pedro, o Papa sublinhou que a dimensão jurídica e a dimensão pastoral do ministério pastoral da Igreja não estão em contraposição mas ambas contribuem para a realização das finalidades e da unidade de acção da Igreja. A actividade judicial da Igreja, que se configura como serviço à verdade na justiça, tem portanto uma conotação profundamente pastoral, porque tem como finalidade a busca do bem dos fiéis e a edificação da comunidade cristã .

Em seguida o Papa traçou um breve perfil do juiz eclesiástico. Antes de tudo o perfil humano: ao juiz, disse o Papa Francisco, se exige uma maturidade humana que se exprime na serenidade do julgamento e no desapego de opiniões pessoais. Também faz parte da maturidade humana a capacidade de mergulhar na mentalidade e nas legítimas aspirações da comunidade em que o serviço se realiza, para evitar de praticar uma justiça legalista e abstracta, mas se adaptada às exigências da realidade concreta.

O Papa também falou do aspecto judiciário. Para além dos requisitos de doutrina jurídica e teológica, no exercício do seu ministério, o juiz se caracteriza pela perícia no direito, a objectividade do julgamento e a equidade, julgando com equidistância imperturbável e imparcial. Na sua actividade também é guiado pela intenção de tutelar a verdade, respeitando a lei, sem deixar para trás a delicadeza e a humanidade próprias do pastor de almas.

Um terceiro aspecto no perfil do juiz eclesiástico é o aspecto pastoral. Como expressão da preocupação pastoral do Papa e dos bispos, ao juiz se pede não apenas uma competência comprovada, mas também um verdadeiro espírito de serviço. Ele é o servidor da justiça, chamado para tratar e julgar a condição dos fiéis que confiantemente se dirigem a ele, imitando o Bom Pastor que cuida da ovelha ferida. Para isto é animado pela caridade pastoral, aquela caridade que Deus derramou nos nossos corações e é o vínculo da perfeição e, portanto, também alma da função do juiz eclesiástico.
Por último o Papa Francisco recordou aos juízes e operadores do Tribunal da Rota Romana, que o seu ministério é um serviço peculiar ao Deus Amor que está perto de cada pessoa, e que eles são essencialmente pastores, enquanto realizam o trabalho judicial, não devem, pois, esquecer que são pastores, e que por trás de cada prática, cada posição, cada causa, existem pessoas que aguardam a justiça – concluiu o Papa.








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