“Novos espaços e responsabilidades da mulher não façam esquecer o seu papel insubstituível
na família” – Papa Francisco aos participantes no Congresso Nacional do Centro Italiano
Feminino
O santo Padre recebeu em audiência neste Sábado aos participantes no Congresso nacional
promovido pelo Centro Italiano Feminino. No seu discurso, Papa Francisco começou por
evocar todo o bem que o Centro realizou durante os seus quase 70 anos de vida, em
particular as obras que fez no campo da formação e da promoção humana, e o testemunho
que deu sobre o papel da mulher na sociedade e na comunidade eclesial. De facto, observou
o Papa, ao longo das últimas décadas, ao lado de outras transformações culturais e
sociais, também a identidade e o papel da mulher na família, na sociedade e na Igreja,
conheceram mudanças significativas e, em geral, a participação e a responsabilidade
das mulheres tem vindo a aumentar.
Neste processo tem sido e continua a ser
importante também o discernimento por parte do Magistério dos Papas, como bem demonstra
a Carta Apostólica de 1988 Mulieris dignitatem, do Beato João Paulo II, sobre
a dignidade e a vocação da mulher [documento que reconhece a força moral da mulher
e a sua força espiritual], e também a Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1995,
sob o tema " Mulher: educadora de paz” – observou o Papa.
Em seguida o Papa
nota que também ele recordou a vital contribuição da mulher na sociedade, particularmente
com a sua sensibilidade e intuição para o outro, o fraco e o indefeso, e se alegrou
por ver muitas mulheres partilhando algumas responsabilidades pastorais com os sacerdotes
no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, como na reflexão teológica, e desejou
que se alarguem os espaços para uma presença feminina mais capilar e incisiva na Igreja,
como se lê na Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho” n. 103 Estes novos
espaços e responsabilidades – recorda o Papa na mensagem - que se abriram e que ele
sinceramente espera que se possam expandir ainda mais não podem fazer-nos esquecer
o papel insubstituível da mulher na família. As qualidades de delicadeza, uma particular
sensibilidade e ternura, assim tão abundantes na mente feminina, representam não apenas
uma verdadeira força para a vida das famílias, para a irradiação de um clima de serenidade
e harmonia, mas também uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável. E
como se pode crescer na presença eficaz em muito âmbitos da esfera pública, no mundo
do trabalho e nos lugares onde são tomadas as decisões são mais importantes, e ao
mesmo tempo manter uma presença e uma atenção preferencial e especial na e para a
família? – se pergunta o Papa, sugerindo como resposta a importância do discernimento
que, além da reflexão sobre a realidade da mulher na sociedade, pressupõe a oração
assídua e perseverante. Na verdade – concluiu o Papa - é no diálogo com Deus, iluminado
pela sua Palavra, irrigado pela graça dos sacramentos, que a mulher cristã procura
sempre de novo responder à chamada do Senhor, no concreto da sua condição; uma oração
sempre apoiada pela presença materna de Maria que saberá mostrar o caminho a percorrer,
para aprofundar o significado e o papel da mulher na sociedade e para ser totalmente
fiel ao Senhor Jesus Cristo e à própria missão no mundo.