2014-01-22 18:32:53

Iraque: Dom Sako defende respeito à diversidade e islamismo moderado que construa a paz


Bagdá (RV) – Por ocasião do Dia Mundial das Religiões, celebrado em 19 de janeiro, realizou-se no Salão dedicado a Saladino, no Hotel Meridien, em Bagdá, um encontro organizado pelo Centro Nacional para a Aproximação entre as Religiões. Estiveram presentes representantes de diversas confissões religiosas iraquianas, além de autoridades ligadas à cultura e à política. O Patriarca dos Caldeus, Mar Louis Raphael I Sako, defendeu no seu pronunciamento, a unidade, a luta ao fanatismo e à violência e o respeito à diversidade.

No discurso - referido pela Baghdahope – o Patriarca dos caldeus reitera que “a mensagem da religião é fazer do homem um homem reto segundo o desejo de Deus. As regras da religião são fixas: o culto a Deus, o amor pelos outros e o respeito pelos seus direitos”.

Dom Sako atribuiu os conflitos em curso no país “à mente fechada com que se olha para a religião”: “existe ignorância e falta de conhecimento do espírito essencial da religião na maioria da população”, reconhecendo também a grande influência dos líderes religiosos “na mente e no comportamento das pessoas”.

Ao referir-se ao sofrimento vivido pelos cristãos no país, o Patriarca ressaltou que estes são provocados pelo fanatismo religioso, “que considera os cristãos politeístas, infiéis, cruzados e estrangeiros”. “O programa de educação religiosa nas escolas – denunciou – contém palavras impróprias e incompatíveis com os textos religiosos”. E lamenta a discriminação, pois “o cristianismo é o caminho do amor e o Islã o da misericórdia”, mas “a prática cotidiana não é coerente com estes valores”.

Ao concluir seu pronunciamento, Dom Mar Sako sugeriu que o discurso religioso deve insistir “na defesa dos direitos e da dignidade do homem, afirmar os valores comuns de liberdade, cidadania, diversidade, dignidade humana e justiça social”.

O líder dos caldeus defendeu uma revolução no islamismo moderado para salvar-se dos fundamentalistas, e assim ser “uma força que lute pela paz na região e não uma arma para alimentar conflitos”. “Deve-se mudar o programa de educação no que diz respeito ao cristianismo e às outras religiões – insistiu – que devem ser tratadas assim como são vividas e entendidas pelos seus fiéis e não de um modo deformado”.

“Esperamos vozes moderadas no Islã, que são a maioria, que se levantem para promover a convivência e a rejeição da violência”, defendeu. (JE)











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