2014-01-17 18:43:37

Síria: contribuição humanitária do Brasil


Cidade do Kuweit (RV) - O Governo brasileiro anunciou, por ocasião da II Conferência Internacional de Alto Nível para Contribuições Humanitárias à Síria, no Kuweit, a contribuição de US$ 300 mil para apoiar iniciativa conjunta entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no âmbito de estratégia lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas para evitar "geração perdida na Síria".

Os recursos deverão ser direcionados a programas de educação e proteção que contribuam para tirar mais de um milhão de crianças sírias da miséria, do isolamento e de situações traumáticas. Esse é o número estimado de crianças que hoje se encontram refugiadas como consequência do conflito na Síria, segundo as agências da ONU.

Nesta Semana, a comunidade internacional - reunida no Kuweit - prometeu uma ajuda de US$ 2,4 bilhões aos atingidos pelo conflito na Síria. O emir do Kuweit, xeque Jaber al Ahmad al Jaber al Sabah, liderou a comunidade internacional com a contribuição de US$ 500 milhões, superando os US$ 380 milhões prometidos pelo secretário estadunidense, John Kerry. Arábia Saudita e Catar, duas monarquias do Oriente Médio ricas em petróleo, deram US$ 60 milhões cada uma, enquanto a Alemanha contribuiu com US$ 109 milhões.
Além disso, organizações não-governamentais e instituições benemerentes contribuíram com mais de US$ 400 milhões na conferência patrocinada pelo governo kuweitiano. O total arrecadado superou os US$ 2,4 bilhões.

A quantia exata será anunciada em breve, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, expressando sua satisfação pelos números. Porém, não se conseguiu alcançar a cifra dos US$ 6,5 bilhões que o fórum mundial havia solicitado.

No encontro do Kuweit foi traçado um panorama catastrófico da Síria, onde 9,3 milhões de pessoas, quase metade da população do país, precisam com urgência de ajuda humanitária. As últimas estatísticas revelam que mais de dois milhões de crianças sírias não vão à escola, dois em cada cinco hospitais já não funcionam e quase metade das ambulâncias foram roubadas, incendiadas ou danificadas.

Além disso, quase metade dos médicos foi obrigada a abandonar o país, e cresce a ameaça da poliomielite. “Algumas partes do país têm apenas uma hora de eletricidade por dia, e muitas pessoas não têm acesso a água potável”, disse Ban aos doadores. O secretário-geral destacou que qualquer recuperação política deverá ser construída com base em uma ajuda humanitária sustentada.

O porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Jens Laerke, explicou que “todos os fundos prometidos na conferência serão destinados a financiar ações de ajuda na Síria ou em países vizinhos”. Na Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito há mais de três milhões de refugiados sírios. Laerke disse que sempre há uma demora entre o anúncio da doação e sua concretização efetiva. “Em última instância, depende do doador cumprir essas promessas”, ressaltou.

A ONU é um dos patrocinadores de um encontro internacional sobre o conflito sírio que se realizará no dia 22, na cidade suíça de Montreaux, e que pretende reunir na mesa de negociações representantes do regime de Assad e da oposição. “Espero que marque o início de um processo político, estabeleça um organismo de governo de transição com pleno poder executivo e, o mais importante, acabe com a violência”, ressaltou Ban. (JE)







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