2014-01-17 18:42:14

Dom Carballo: "Os religiosos são chamados a levar uma vida em consonância com os votos de pobreza"


Cidade do Vaticano (RV) – “Trata-se de uma realidade que está pedindo à vida consagrada uma vida mais próxima deste tipo de pobreza. Não somente uma proximidade física, mas eu diria sobretudo, uma proximidade existencial, de modo que o estilo de vida dos religiosos não os afaste daquele dos pobres e não escandalize os pobres”. Foi o que afirmou ao L’Osservatore Romano o Secretário para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Arcebispo José Rodríguez Carballo, ao falar sobre a resposta que os religiosos e as religiosas devem dar aos desafios da proximidade aos pobres, aos imigrantes, aos sem-teto.

“A pobreza professada pelos religiosos não pode reduzir-se a uma mera ideologia, mas é uma forma concreta de viver”, disse o Arcebispo, ex-Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores. “Neste sentido, os religiosos são chamados a levar uma vida mais austera e essencial, uma vida mais em consonância com o voto de pobreza, que os faça ser e sentirem-se verdadeiramente livres diante dos bens materiais; uma vida solidária com os pobres, colocando a seu serviço as estruturas e espaços pertencentes aos religiosos e partilhando com eles os bens que a Providência faz chegar”. “Também aí – acrescentou – vejo um grande desafio para os religiosos. Estes já fazem tanto para os necessitados, mas o amor nos impele a fazer muito mais”.

Em sintonia com os apelos do Papa Francisco, Dom Rodríguez Carballo explicou que “a vida religiosa e consagrada é chamada a anunciar o Evangelho em todos os lugares e em todas as circunstâncias, particularmente nas periferias existenciais”. “O Papa Francisco – observou – nos desafia continuamente a seguir nesta direção. E o fez, por exemplo, durante o belo encontro que teve com os Superiores Gerais em 29 de novembro. Naquela ocasião pediu aos religiosos para irem às periferias marcadas pela pobreza, mas também para as periferias do pensamento”.

Segundo Dom Carballo, “a vida consagrada já está fazendo muito nestas periferias, mas pode adormentar-se. O seu espaço privilegiado está neste campo de fronteira, e, portanto, alí deve revisitar sempre. A vida consagrada, nos recordava então o Papa Francisco, deve ser profética. É esta uma dimensão irrenunciável, não negociável. Não se pode simplesmente brincar de sê-lo”. (JE)







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