Este é tempo da misericórdia! Este nosso tempo tem necessidade de partilha fraterna
: Papa, comentando Evangelho do dia
Com o nascimento
de Jesus, os céus abrem-se para nós! Deixemo-nos invadir pelo amor de Deus que nos
é dado pela primeira vez no baptismo por meio do Espírito Santo: esta a mensagem do
Papa Francisco, neste domingo do Baptismo de Jesus, dirigindo-se ao meio-dia, na Praça
de São Pedro, às pessoas ali reunidas para a recitação do Angelus e a quantos o seguiam
através dos meios de comunicação.
O Papa comentava a expressão do Evangelho
do dia – que refere que, depois de Jesus ter recebido o baptismo de João no rio Jordão,
“os céus se abriram para ele”. Realizavam-se assim as profecias. Como invoca Isaías:
“Ah, se tu (Senhor) abrisses os céus e descesses!”.
“Se os céus permanecem
cerrados, o nosso horizonte nesta vida terrena é obscuro, sem esperança. Mas celebrando
o Natal, a fé deu-nos mais uma vez a certeza de que os céus se abriram com a vinda
de Jesus”.
“A manifestação do Filho de Deus sobre a terra marca o início
do grande tempo de misericórdia, enquanto que antes o pecado tinha fechado os céus,
elevando como que uma barreira entre o ser humano e o seu Criador”.
“Com o
nascimento de Jesus, abrem-se os céus! Deus dá-nos a certeza de um amor indestrutível.
Desde que o Verbo se fez carne, é possível ver os céus abertos”.
Foi possível
para os pastores de Belém, para os Magos do Oriente, para João Baptista, para os Apóstolos,
para Santo Estêvão – o primeiro mártir, que exclamou ‘Vejo os céus abertos’…
“E
é possível também para cada um de nós, se nos deixarmos invadir pelo amor de Deus,
que nos foi dado pela primeira vez no Baptismo, por meio do Espírito Santo”.
Quando
Jesus recebeu o baptismo de penitência das mãos de João Baptista, solidarizando-se
com o povo penitente, Deus fez ouvir a sua voz, do céu: “Este é o meu Filho, o amado!”.
O Pai celeste enviou-o precisamente para que partilhasse a nossa condição, a nossa
pobreza.
“Partilhar é o verdadeiro modo de amar. Jesus não se dissocia de nós,
considera-nos irmãos e partilha connosco. E é assim que nos torna filhos, juntamente
com Ele, de Deus Pai. É esta a revelação e a fonte do verdadeiro amor. E este é tempo
da misericórdia”.
“Não vos parece que no nosso tempo temos necessidade de um
suplemento de partilha fraterna e de amor? Não vos parece que temos todos necessidade
de um suplemento de caridade? Não daquele que se contenta com uma ajuda ocasional
que não nos compromete, não nos põe em jogo, mas aquela caridade que compartilha,
que faz seu o problema e o sofrimento do irmão. Que saber adquire a vida quando
nos deixamos inundar pelo amor de Deus!”
No final deste encontro semanal
com os fiéis, o Papa Francisco fez ainda questão de dirigir uma especial saudação
aos pais cujos filhos foram hoje baptizados ou que se preparam para essa celebração.
“Uno-me
à alegria destas famílias, com elas dou graças ao Senhor e rezo para que o Baptismo
das crianças ajude os pais a redescobrir a beleza da fé e a regressar de modo novo
aos Sacramentos e à comunidade”.
Já no princípio da alocução do meio-dia o
Papa se referira à celebração de 32 baptizados que ele próprio tinha celebrado, na
Capela Sistina, confessando a alegria que sempre lhe dá celebrar o baptismo.
“Cada
criança que nasce é um dom de alegria e de esperança e cada criança que é baptizada
é um prodígio da fé e uma festa para a família de Deus”.