Zâmbia: Apelo das Igrejas cristãs por uma Constituição mais democrática
Lusaka (RV) - "O pedido do povo por uma Constituição mais democrática deve
ser acolhido. Soluções medíocres não serão aceitas", ressaltam os líderes das Igrejas
cristãs na Zâmbia numa declaração publicada por ocasião do início de 2014, ano em
que país o celebra 50 anos de independência.
A Constituição zambiana foi revisada
quatro vezes desde 1964. Os Governos sucessivos a remodelaram a fim de obstaculizar
a oposição e permanecerem no cargo o maior tempo possível.
"2014 é o ano da
purificação", lê-se na declaração das Igrejas cristãs. Segundo o documento, os políticos
devem ver que o povo está consciente de poder mudar o destino do país e espera um
resultado positivo.
Os líderes cristãos convidam os políticos a tomarem cuidado
com as soluções meramente retóricas que podem provocar uma reação dura da parte dos
zambianos, pois os "governos dos últimos anos tiveram um comportamento antidemocrático,
projetando a revisão da Constituição de maneira falimentar, não centralizada no povo".
A
Conferência Episcopal Zambiana e demais expoentes cristãos apontam o dedo contra os
abusos de poder, a tutela dos interesses pessoais em detrimento do bem comum e a falta
de credibilidade da liderança política do país. Os líderes religiosos exortam o povo
zambiano a não aceitar nunca mais um Governo de baixo calibre e lutar por uma Constituição
mais democrática.
Os líderes das Igrejas cristãs pedem a todas as Igrejas e
paróquias do país para refletirem alguns minutos, no próximo domingo, sobre a Constituição
zambiana a fim de conscientizar os fiéis sobre a questão.
O documento foi
assinado pela Conferência Episcopal Zambiana, pela Associação das Igrejas Cristãs
da Zâmbia, pela Federação Nacional Evangélica e várias ONGs. (MJ)