Réplica do muro da Cisjordânia construído em igreja, gera polêmica na Inglaterra
Londres (RV) – O representante da Igreja Anglicana no Parlamento britânico,
Tony Baldry, defendeu a réplica do muro da Cisjordânia, construído dentro de um templo
em Londres, para denunciar “a ilegalidade da ocupação israelense do Território Palestino”.
Baldry,
Deputado na Câmara dos Comuns, explicou que a construção desta parede de 8 metros
de altura na Igreja de Saint James, em Piccadilly, não foi um protesto contra o judaísmo,
mas sim, contra a intolerância de Israel.
De fato, o muro foi erguido na igreja
durante o período do Natal, como parte dos atos que recordam a existência do muro
levantado por Israel em torno da cidade de Belém, citada na Bíblia como o local do
nascimento de Jesus e lugar sagrado para muçulmanos, cristãos e judeus.
Segundo
o representante anglicano, a réplica do muro - que gerou controvérsias sobretudo nos
meios pró-Israel -, não tinha a intenção de ofender os judeus, que possuem uma grande
comunidade no Reino Unido, mas sim, “protestar contra a ocupação ilegal - segundo
a legislação internacional -, na Cisjordânia e outros assentamentos”.
O Estado
de Israel começou a construir o muro que o separa do território palestino na Cisjordânia,
em 2002, defendendo que a barreira de proteção evitava possíveis atentados terroristas
palestinos.
O deputado conservador Robert Halfon, por sua vez, perguntou a
Baldry, durante a ordinária sessão de perguntas à comissão anglicana, sobre a existência
da réplica do muro, a qual qualificou de “anti-israelense e de atentado contra a tolerância
religiosa”.
Após explicar que o muro não era “uma manifestação ou um protesto
contra o judaísmo e os judeus, mas sim contra “a ocupação ilegal”, Baldry convidou
a refletir sobre o significado de tolerância. “Acredito que devemos seguir com cuidado
nesta Câmara, sobre o que consideramos como tolerância religiosa e de não tolerar
intolerância, nem violações da legalidade internacional”. (JE)