Panamá celebra dia da Soberania Nacional, com convite a não se esquecer seus mártires
Cidade do Panamá (RV) – O governo panamenho e diversos setores do país deram
início nesta quinta-feira (9) – dia da Soberania Nacional - a uma ampla campanha para
recordar seus ‘mártires’, isto é, os 21 panamenhos mortos nos enfrentamentos com tropas
estadunidenses, há 50 anos, na luta pela recuperação do Canal do Panamá
O Arcebispo
da Cidade do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, disse que “hoje é um grande dia para
todos os panamenhos e que não se deve esquecer a soberania que hoje desfrutamos, a
qual teve como raízes muitas gerações, porém muito especialmente a dos anos 60, quando
foram capazes de imolar sua vida para que pudéssemos desfrutar hoje o que estamos
vivendo como povo soberano”.
Dom Ulloa afirmou acreditar que “é um dia de reflexão
para que cada um dos panamenhos possa se perguntar: “eu, o que trago ao meu Panamá?
Até onde estou disposto a sacrificar-me para ver um Panamá sempre livre, autenticamente
democrático, dando a todos os panamenhos condições?”.
Há 50 anos, cidadãos
e estudantes do Instituto Nacional seguiram até a antiga escola estadunidense de Balboa
para içar a bandeira panamenha, sendo repelidos por civis e tropas dos Estados Unidos,
que rasgaram o emblema nacional.
O incidente provocou violentos enfrentamentos,
levando o Panamá a romper relações diplomáticas com os Estados Unidos, que na ocasião
ocupava o Canal e zonas adjacentes.
Historiadores concordam que estes acontecimentos
fixaram as bases para as negociações que levaram os Estados Unidos – que construiu
e operou o Canal do Panamá desde 1914 - a transferi-lo ao país centro-americano em
31 de dezembro de 1999.
Os atos comemorativos foram programados para todo o
dia, em todo o país, incluindo atividades da Autoridade do Canal do Panamá – entidade
autônoma que administra a via interoceânica. (JE)