Novo Provincial Jesuítas portugueses evoca figura e estilo do Papa
O padre José Frazão Correia, de 43 anos, foi nomeado pelo padre geral da Companhia
de Jesus, Adolfo Nicolás, como novo provincial dos jesuítas em Portugal, sucedendo
ao padre Alberto Brito. A tomada de posse para o mandato, de três anos, está marcada
para 19 de março, em Lisboa, revela um comunicado publicado pela Província Portuguesa
da Companhia de Jesus.
O padre José Frazão Correia nasceu em 1970; licenciou-se
em Filosofia na Faculdade de Filosofia da UCP, em Braga, e em Teologia na Universidade
Gregoriana, em Roma; fez o Mestrado em Teologia Fundamental no Centro Sèvres, em Paris,
e doutorou-se em Teologia Fundamental na Universidade Gregoriana, em Roma, em 2010.
Era actualmente superior da Comunidade Pedro Arrupe (casa de formação de estudantes
jesuítas) e professor na Faculdade de Teologia da UCP, em Braga.
Interpelado
pela agência Ecclesia, à margem de uma conferência sobre a obra “Um Deus fiável”,
do teólogo italiano Pierangelo Sequeri, padre Frazão Correia declarou assumir o cargo
“com alegria e confiança, mesmo sabendo que se trata de uma missão exigente, que requer
dedicação, gratuidade, tenacidade, firmeza, docilidade”. Em termos de objetivos
futuros, o novo Provincial destacou dois aspetos: ajudar os membros da Província a
“configurarem na realidade, o seguimento de Jesus”, e terem a capacidade de, “com
um olhar convertido, reconhecerem Deus em todas as coisas”. “Isto leva-nos a uma atitude
muito esperançosa, criativa, aberta ao mundo, é evidente que haverá muitas coisas
a contestar, a pôr em causa, a corrigir, mas o jesuíta é também chamado a realizar
o reino de Jesus na História, portanto, profundamente envolvido no mundo, na cultura,
na política, nas estruturas económicas e sociais, atendendo aos mais pobres e àqueles
que acabam por estar nas periferias”, aponta aquele responsável.
Envolver todos
os membros da Companhia de Jesus e todas as obras na missão, em todas as suas diversas
formas, social, cultural, caritativa, evangelizadora, educativa, é outro ponto que
o padre José Frazão Correia espera concretizar. “No fundo, o provincial é também
um encorajador, um facilitador, alguém que fortalece, que possibilita a realização
da missão, a realização do reino de Deus de acordo com a inspiração retirada dos exercícios
espirituais e da leitura das necessidades”, complementa. Para conseguir transmitir
a todos os elementos esse ideal de dinamismo, de força, de intervenção, o padre José
Frazão Correia conta muito com a inspiração do Papa Francisco, que veio “despertar”
na Igreja Católica e nas ordens religiosas “a necessidade de não ficarem onde estão”. De
acordo com o responsável jesuíta, o Papa tem a força irresistível da autenticidade,
uma palavra muito simples, facilmente compreensível mas também um modo de fazer, um
estilo de ser que desinstala, que provoca, que mexe com muitos hábitos que acabam
por cair na inércia, intraeclesiais mas também culturais, sociais”.
A província
portuguesa da Companhia de Jesus, que atualmente abrange Portugal e Moçambique, foi
a primeira a ser criada a nível mundial, em 1546, seis anos depois da fundação da
congregação, por Santo Inácio de Loiola. O cargo de provincial era ocupado desde
2011 pelo padre Alberto Brito.