2014-01-08 17:05:14

UNICEF lança grito de alarme: terríveis violências contra crianças na República Centroafricana


Os ataques contra as crianças atingiram um novo patamar de violências. Segundo o UNICEF durante os violentos recontros que atingiram a capital, Bangui, no início do mês de Dezembro, pelo menos duas crianças foram decapitadas e uma mutilada.

“Estamos a assistir a níveis sem precedentes de violência contra as crianças. Cada vez mais crianças são recrutadas em grupos armados e foram mesmo tomadas directamente como alvo em atrozes ataques de vingança” – declarou Souleimane Diabate, Representante do UNICEF na República Centroafricana.

“Os ataques que alvejam as crianças constituem uma violação do Direito Humanitário Internacional e dos Direitos Humanos” – prosseguiu Diabate, afirmando que tais violações devem cessar imediatamente e que são necessárias acções concretas a fim de prevenir a violência contra as crianças.

O UNICEF e os seus parceiros atestam o assassinato de 16 crianças e o ferimento de outras 60 nas violências desencadeadas em Bangui a 5 de Dezembro passado.

Diabate disse ainda que as milícias terão de prestar contas das medidas empreendidas para assegurar este dever de tutelar os menores.

Tais medidas compreendem orientações dos responsáveis no seio das forças e grupos armados para pôr termo a tais violações contra as crianças. Essas orientações devem:

1. estabelecer claramente que as crianças não podem ser recrutadas em combates e não devem ser alvos de violências;

2. prever a libertação imediata de crianças já incluídas nas forças e grupos armadas e protegê-las de actos de represália; a criação de centros de trânsito para tal fim;

3. proibir ataques contra o pessoal de saúde e de ensino e o uso de espaços civis como escolas e hospitais para fins militares;

4. permitir a passagem segura e sem obstáculos da assistência humanitária imparcial;

Cerca de 370 mil pessoas correspondentes a quase metade da população de Bangui foram deslocadas nas últimas três semanas para uma dúzia de campos ao redor da capital. Umas 785 mil pessoas viram-se já obrigadas, há mais de um ano, a abandonar os seus lugares de origem para se refugiarem noutras partes do país.

O UNICEF está a aumentar as ajudas (em água, serviços higiénico-sanitários, reservas de medicamentos e a construção de espaços para crianças) para as comunidades deslocadas.








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