Pe. Bellucci sobre visita do Papa à "Chiesa del Gesù": para os jesuítas, ocasião para voltar às fontes da própria espiritualidade

Cidade do Vaticano (RV) - Às 9h locais desta sexta-feira, o Papa Francisco estará na "Chiesa del Gesù" (Igreja de Jesus) – situada no centro histórico de Roma –, onde celebrará a missa neste 3 de janeiro, data em que a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Jesus. A celebração terá um caráter de agradecimento pela inscrição no catálogo dos Santos, em 17 de dezembro próximo passado, de Pedro Fabro, primeiro sacerdote jesuíta.

Estarão presentes, entre outros, o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato; o Cardeal-vigário Agostino Vallini; o bispo de Annecy, Dom Yves Boivineau, em cuja diocese nasceu Pedro Fabro; e cerca de 350 jesuítas.

A esse propósito, a Rádio Vaticano ouviu o responsável pelo setor de imprensa da Companhia de Jesus em Roma, Pe. Giuseppe Bellucci. Eis o que disse:

Pe. Giuseppe Bellucci:- "A característica mais interessante, talvez, é que foram escolhidos seis representantes para as seis Conferenciais dos provinciais em que a Companhia de Jesus é dividida. Simbolicamente, representam toda a Companhia. O Papa expressou o desejo de no final da celebração saudar, um por um, todos os jesuítas presentes."

RV: Para os senhores jesuítas, o que significa a celebração litúrgica do Santíssimo Nome Jesus?

Pe. Giuseppe Bellucci:- "O Nome de Jesus é o "Título" da Companhia. Santo Inácio quis que a Companhia por ele fundada fosse marcada pelo Nome de Jesus. Portanto, para nós é a festa principal. Para nós é extremamente significativo que o Papa tenha escolhido a festa de Jesus para agradecer por este novo santo e para celebrar com os jesuítas."

RV: Quais são as principais características deste novo santo, Pedro Fabro?

Pe. Giuseppe Bellucci:- "Uma profunda espiritualidade, que podemos chamar a espiritualidade de todas as coisas. Podemos dizer que é uma espiritualidade em caminho, porque ele viajou muito pela Europa. É também um precursor, em certo modo, do diálogo ecumênico: trabalhou muito no tempo da Reforma e da Contra-reforma católica, mas sempre num espírito de diálogo, numa atitude de compreensão. Portanto, creio que em certo sentido se trata de um santo extremamente moderno."

RV: Com que espírito os senhores acolherão o Papa jesuíta?

Pe. Giuseppe Bellucci:- "Para nós, certamente, é um momento de alegria encontrar o Papa, um irmão nosso. Com certeza, há expectativa para a mensagem que ele nos quer oferecer. Ademais, diria que é um momento oportuno também para nós jesuítas, de voltar às fontes, à origem da nossa espiritualidade para aprofundar aquilo que para Pedro Fabro e para os primeiros companheiros de Santo Inácio foram os fundamentos da nossa vida como jesuítas." (RL)