Rio de Janeiro (RV) - A Pastoral das Favelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro
ao fazer o balanço de suas atividades no ano de 2013, destacou a visita do Papa Francisco
ao Complexo de Manguinhos à Comunidade de Varginha como uma “confirmação” de sua ação
evangelizadora. “A visita do Papa trouxe uma confirmação daquilo que nós estamos desenvolvendo.
Ele disse: ‘É isso que eu quero; que a Igreja seja promotora da justiça e advogada
dos pobres’. É nessa certeza que nós, como Igreja, nos fazemos presentes para defender
o direito dos marginalizados da sociedade”, destacou Mons. Luiz Antônio Pereira Lopes,
Coordenador da Pastoral das Favelas, em matéria no site da arquidiocese.
Criada
em 1976, por iniciativa do então Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugenio Salles,
a Pastoral das Favelas completou 37 anos de existência em setembro passado. Com um
vasto campo de atuação, a pastoral iniciou um trabalho de incorporação das áreas marginalizadas
às igrejas mais próximas.
“O grande trabalho que a pastoral faz é levar a
presença da Igreja para fora de seus muros. No início, Dom Eugenio falava do desejo
de que cada favela do Rio de Janeiro tivesse a presença da Igreja, e a gente trabalhou
para isso. Com o tempo, fomos vendo que não bastava apenas ter a presença física.
Teria que ser uma presença atuante e, assim, incorporamos a favela ao território paroquial.
Não existe uma paróquia do Rio de Janeiro que não tenha em seu território um bolsão
de pobreza”, explicou lembrando Dom Eugenio Salles.
A pastoral faz parte da
Comissão de Habitação, da Câmara dos Vereadores para buscar garantir o direito à moradia.
“Como nós que somos Igreja vamos reclamar do Estado se não nos fizermos presentes?
Essa é nossa coerência. Temos de estar presentes naqueles que fazem as leis para defender
os interesses da comunidade”, destacou o coordenador. Segundo Mons. Luiz Antônio
a missão da pastoral está diretamente ligada ao papel de mediadora dos direitos das
comunidades. “Com a mediação da pastoral, ensinamos caminhos. O que é a caridade
social de que tanto se fala na Igreja? Não é só dar o alimento, mas ensinar a pessoa
a lutar pelo alimento. Não é dar o peixe, mas ensinar a pescar. Então, as pessoas
devem saber onde podem reivindicar seus direitos. Levamos essas instituições do Direito
a ter contato com quem delas necessita”, frisou.
A pastoral desempenha ainda,
um trabalho de acompanhamento dos investimentos recebidos pelas comunidades. “Quando
a comunidade local passa a desenvolver seu trabalho, nós incentivamos que ela se emancipe,
ou seja, caminhe com as próprias pernas. A área do Complexo de Manguinhos, por exemplo,
é uma região que tem recebido investimento. Nessa região, especificamente, nosso papel
é acompanhar se esses investimentos estão colaborando para melhorar a qualidade de
vida”, finalizou Mons. Luiz Antônio. (SP-A12)