O teólogo Dom Bruno Forte alerta sobre as discriminações aos cristãos
Chieti-Vasto (RV) – Durante a oração do Angelus, no último domingo, o Papa
Francisco afirmou: “Os cristãos, que sofrem discriminações, por darem testemunho de
Cristo e do seu Evangelho, são mais numerosos hoje do que nos primórdios da Igreja.
Isto acontece também em Países e regiões do mundo, que tutelam a liberdade e os direitos
humanos”. Esta afirmação do Santo Padre foi retomada pelo teólogo da Igreja, Dom Bruno
Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, na Itália, entrevistado pela Rádio Vaticano:
“O
Evangelho é incômodo e, de qualquer modo, coloca em crise, sobretudo, a mentalidade
e os costumes consumistas e egoístas, que tendem a embaçar os olhos, diante do sofrimento
dos mais fracos e pobres do mundo, tentando justificar o egoísmo e o abuso de poucos.
A seqüela de Cristo nos faz pagar um alto preço. No entanto, jamais devemos cansar-nos
de denunciar as formas do monopólio de pensamento e de egoísmo, mas continuar, com
liberdade, a anunciar e dar testemunho da verdade do Evangelho. Caso contrário, abrimos
a porta a todo tipo de barbárie. Eis porque a resistência cristã é necessária também
em Países democráticos. Agora, mais do que nunca, devemos sentir-nos envolvidos nesta
luta e dar testemunho de fé, de humildade e de coragem, com a devida perseverança
cristã”.
Dom Bruno, o senhor acha que no Ocidente os cristãos correm riscos,
em relação à sua liberdade?
“A história da Igreja nos ensina que sempre
corremos riscos e que inteiras populações cristãs foram exterminadas ou reduzidas,
sendo obrigadas a viver na obscuridade das catacumbas e no medo. Logo, os riscos existem
sempre. Mas, o próprio Jesus Cristo advertiu que nos envia “como ovelhas entre lobos”.
Claro, é preciso estar sempre alertas, ser fiéis e, se for necessário, até pagar com
o próprio sangue o preço da seqüela de Cristo. Porém, nunca devemos ceder à lógica
da violência, que é contrária aos princípios cristãos. Enfim, a história demonstra
que o sangue dos mártires é bem mais fecundo que a presunção dominadora dos seus perseguidores”.
(MT)