Luteranos propõe jejum mensal pelo equilíbrio climático
Genebra (RV) - Às vésperas do 47º Dia Mundial da Paz e em concomitância com
o encontro ecumênico de oração dos jovens de Taizé, reunidos em Estrasburgo, na França,
a Federação Luterana Mundial (LWF), juntamente com outras organizações internacionais
encabeçadas pelo Conselho Mundial de Igrejas (WCC), está divulgando uma iniciativa
decidida em 18 de dezembro, em Genebra: a realização de um dia de jejum a cada mês,
a começar em 1º de janeiro, pelas conseqüências das mudanças climáticas.
"Um
dia de oração, jejum e reflexão espiritual - lê-se no site da Federação - para manifestar
solidariedade com todos aqueles que são mais vulneráveis às mudanças climáticas em
andamento". O convite para rezar pela "justiça climática" oferece às diversas comunidades
uma ocasião para abordar este tema e partilhar as preocupações em relação às mudanças
climáticas, em vista da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas negociadas
(COP 20), a ser realizada em Lima, Peru, em dezembro de 2014.
"Pedimos aos
membros das Igrejas que fazem parte da Federação Luterana Mundial, para compartilhar
o convite de um dia de jejum pelo clima, para tomar parte ativa no abrandamento das
mudanças e na promoção de uma justiça climática", comentou nos dias passados o Diretor
do Departamento LWF para a Missão e o Desenvolvimento, Carlos Bock.
É urgente,
hoje mais do que nunca, uma ação corajosa e capilar de educação à Criação: "Para os
crentes, o jejum - de grande tradição bíblica - é um sinal para repensar o nosso estilo
de vida, de pedir perdão e de viver de modo mais responsável e sustentável", salienta
a Secretária da LWF para os jovens, Caroline Richter.
“Milhares de pessoas,
as mais vulneráveis porque pobres, já perderam casas e meios de subsistência devido
a eventos meteorológicos extremos, que se intensificaram nestes últimos anos como
fruto da mudança climática. Um dia de jejum pelo Clima torna-se um ato de solidariedade
com estas pessoas obrigadas a deslocar-se e uma recordação pelas vítimas”, explicam
os organizadores.
“A fé implica um coerente empenho ético de conversão e apoio
a todos que são cotidianamente prejudicados pela negligência e pela pilhagem com que
tratamos o nosso planeta. O jejum proposto não é somente alimentar, mas também "abstinência"
do uso do automóvel e do excessivo consumo de energia”, acrescenta a mensagem no site.
A iniciativa também pretende sensibilizar os governos para mostrarem-se mais
corajosos nas negociações internacionais no que tange às questões ambientais.
O
jejum será realizado no dia 1º de cada mês, até o primeiro dia de dezembro de 2014,
data do início dos trabalhos do COP 20, em Lima. A iniciativa, de caráter ecumênico,
também vai de encontro aos constantes apelos do Papa Francisco em relação à salvaguarda
da Criação. (JE)