Xapuri (RV) - Neste domingo, 22 de dezembro, encerrou-se a série de eventos
em recordação dos 25 anos de morte do ativista acriano Chico Mendes. Às 10h, em Xapuri,
Dom Moacyr Grechi, arcebispo emérito de Porto Velho, celebrou missa em memória de
Chico Mendes na Igreja São Sebastião. À tarde, a Semana foi oficialmente fechada com
solene homenagem e Ato Ecumênico no Palácio Rio Branco.
Francisco Alves Mendes
Filho nasceu em 15 de dezembro de 1944, no município de Xapuri. Seringueiro, se tornou
conhecido mundialmente por sua luta contra o desmatamento e a transformação da floresta
em pasto para gado. A derrubada de árvores afetava o trabalho dos seringueiros da
região, com a diminuição do látex disponível. Chico virou líder sindical e passou
a promover com colegas atos de resistência, também conhecidos como "empates", nos
quais confiscavam motosserras e impediam o trabalho de pecuaristas.
No dia
22 de dezembro de 1988, aos 44 anos, foi morto com um tiro no peito. Diversos líderes
dos sindicatos que representavam os seringueiros foram mortos a partir da década de
1980.
Durante a Semana Chico Mendes, iniciada dia 15, em Rio Branco, houve
a entrega do Prêmio de Florestania, palestras, lançamentos de livros e exposições
de arte.
Vinte e cinco anos após a morte do seringueiro, o desafio de seus
amigos e herdeiros é manter o legado do ativista vivo. Uma das formas encontradas
para fazer isso foi a abertura do Centro de Memória Chico Mendes, em Xapuri.
O
local está incluído no complexo de espaços dedicados ao ativista, do qual fazem parte
ainda a casa onde ele viveu e um memorial aos seringueiros, mantidos pelo Instituto
Chico Mendes em parceria com o governo do Estado. O Centro recebe uma média mensal
de 750 visitantes de diversas partes do mundo.
A Justiça condenou em dezembro
de 1990 o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci, a 19 anos de prisão,
pela morte do líder sindical. (CM e agências)