Cachoeira do Sul (RV) - Vivemos o precioso clima natalino: celebrações, confraternizações,
presentes, felicitações. Tudo é expressão do que esta festa nos inspira. Em sua essência,
Natal é a vinda de Deus a nós. Deus se faz um de nós, vem habitar entre nós, escolhe
a terra como sua morada para estar junto conosco e fazer-se encontrar onde vivemos
a alegria e a dor. Vem ao nosso encontro para salvar-nos, trazendo-nos a bela notícia
de que somos amados por Ele.
É tempo de contemplar a criança que nasceu pobre
na manjedoura de Belém e compreender que o ser humano vale por aquilo que é e não
por aquilo que possui. Ao assumir nossa humanidade, Ele vem para valorizar a dignidade
de nossa vida, ensinando-nos a amá-la e a respeitá-la em cada ser humano. Ele bate
à porta do presépio de nosso coração em busca de acolhida.
O nascimento de
Jesus é sinal da grande bondade de Deus, que envia seu Filho ao mundo como dom, como
expressão de gratuidade. Nesta perspectiva compreendemos o significado dos presentes,
como pequenos gestos de amor. O grande acontecimento da manifestação do amor de Deus
que veio para estar conosco, se fez presente para nós. O presente maior é sua presença.
Porém, “A luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas” (Jo 3,19).
Há quem ainda tem o Papai Noel como a figura central deste acontecimento, reduzindo
o Natal em mera troca de presentes (coisas). Comemora-se a festa do aniversário na
ausência ou esquecimento do aniversariante. Sobre isso uma preciosa mensagem natalina
nos leva a refletir: “Ao chegar o dia de meu aniversário, fizeram uma grande festa
em minha honra. Havia coisas deliciosas na mesa, tudo estava decorado e havia muitos
presentes... mas sabe de uma coisa? Não me convidaram. Eu era o convidado de honra
e ninguém se lembrou de me convidar. A festa era para mim e, quando chegou o grande
dia, fecharam a porta na minha cara. Bem que eu queria partilhar a mesa com eles.
Todos se abraçaram e se presentearam...”
E, por fim, faz-nos a pergunta:
“o que você sentiria se no dia de seu aniversário todos se presenteassem e não dessem
nenhum presente para você?” Dom Remídio José Bohn Bispo de Cachoeira
do Sul - RS