Juba (RV) - “Qualquer coisa que tenha acontecido nos últimos dias em Juba,
estamos muito preocupados com as consequências”: é o que escrevem os líderes religiosos
do Sudão do Sul, em uma mensagem divulgada nesta quarta-feira, 18, enquanto a situação
na cidade - palco de confrontos armados desde a noite de domingo - ainda não voltou
à normalidade. “Há um problema político dentro do SPLM, (Movimento de Libertação
do Povo do Sudão), enfatizam os religiosos, que não deve ser transformado em um conflito
étnico. Infelizmente, na realidade, é isso o que esta acontecendo. Mas é uma deviação
que deve ser detida antes que seja tarde demais”.
Os bispos afirmam que “a
reconciliação entre os líderes políticos é necessária” e que “a violência não é aceitável
de forma alguma como um meio para resolver disputas”. “Estamos preocupados com a insegurança
crescente. Hoje deveria ser um dia como tantos outros e ao invés, vemos lutas, mortes
e saqueios. O exército deve ser controlado. Pedimos às forças de segurança, que são
nossos irmãos, nossos filhos e nossos entes queridos, para terem o máximo auto-controle
em relação aos civis”, prossegue a mensagem.
“Exortamos os civis a manterem
a calma e permanecerem em lugares seguros”, insistem os prelados, apelando para as
Nações Unidas e ONGs locais, “para que assegurem a assistência humanitária às pessoas
deslocadas”. “Este ano o Natal parece que será diferente daquele que esperávamos”,
conclui o texto da mensagem, lida na televisão e rádios pelo Arcebispo de Juba, Dom
Paulino Lukudu Loro, em nome dos representantes das igrejas do Sudão do Sul, que convida
a “ rezar pela paz, pela reconciliação e reconstrução do nosso jovem país”. (SP)