2013-12-19 10:54:56

Pedro Fabro, abertura mental e espiritual de um santo – o comentário do P. António Spadaro


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Diálogo, discernimento, fronteira. As três palavras-chave de Pedro Fabro evocam imediatamente a ação pastoral do Papa Francisco. Uma sintonia que é ressaltada pelo diretor da revista jesuíta La Civiltà Cattolica, P. Antonio Spadaro, que em vista dessa canonização publicou o volume "Pedro Fabro. Servidor da consolação". A Rádio Vaticano perguntou ao sacerdote da Companhia de Jesus qual o significado que tem para os jesuítas a canonização do primeiro companheiro de Santo Inácio de Loyola:

"Tem um grande significado, porque todos conhecem São Francisco Xavier, o segundo companheiro de Santo Inácio de Loyola; mas Pedro Fabro foi o primeiro, tendo sido o companheiro de quarto de Santo Inácio na Universidade de Paris, onde estudavam; foi o primeiro a aproximar-se dele, o primeiro a fazer os Exercícios espirituais... Diria que sem Pedro Fabro a Companhia de Jesus não existiria. Portanto, é um momento muito particular e verdadeiramente importante para nós.

"Talvez ao longo do tempo, especialmente durante a segunda metade do Séc. XVI, a sua fama tenha sido de certo modo vítima de uma espécie de desconfiança em relação à dimensão mística, que mesmo na Companhia de Jesus fez brecha em favor de uma atitude mais ascética do que mística. Ao invés, Pedro Fabro é uma figura mística, podemos dizer até mesmo difícil de compreender plenamente: é um pouco complexa. Todavia, a devoção jamais se perdeu ao longo do tempo. Na realidade, o próprio Santo Inácio, mais do que celebrar sufrágios por ele, celebrou missas de alegria, de triunfo, e até mesmo São Francisco Xavier, assim que Pedro Fabro morreu, acrescentou o nome dele na Ladainha de todos os Santos..."

O P. António Spadaro considerou ainda existirem algumas características de Pedro Fabro na ação pastoral de Papa Francisco…

“Encontramos muita coisa: no trato humano, na espiritualidade... Fabro era um homem muito aberto à experiência e à vida; sobretudo, era um homem sem barreiras mentais, sem conclusões prévias. Amante da reforma da Igreja, sabia que era necessário muito tempo e fundava na amizade o seu desejo de reforma. Um dia, por exemplo, sentiu interiormente que deveria rezar, ao mesmo tempo, pelo Papa, por Lutero, por Henrique VIII e por Solimão II. Fabro viveu num clima fluido e agitado na primeira metade do Séc. XVI parisiense, e é portador de uma sensibilidade moderna que hoje vibra em consonância com a nossa. Portanto, encarnou uma abertura mental e espiritual em relação aos desafios da sua época, que muito nos recorda o impulso missionário do Papa Francisco." (RS)








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