Lisboa (RV) - A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) promove
a partir desta quarta-feira, 18, uma novena de oração dedicada ao drama vivido na
República Centro-Africana.
“Esta novena é uma homenagem aos sacerdotes, religiosos/as
e a tantos leigos que acolheram, sobretudo nas paróquias, centenas de milhares de
pessoas durante estes dias em Bangui para protegê-los, alimentá-los, ajudá-los, partilhar
as suas dores e rezar com eles, semeando paz e esperança”, refere o secretariado da
AIS em Portugal, que se associa à iniciativa internacional.
Na introdução a
esta novena, o bispo de Bangassou, Dom Juan Aguirre, escreve que “um povo não pode
viver enquanto alimentar durante toda a sua vida o ódio em seu coração”, indica um
comunicado publicado pela Agência Ecclesia.
Desde setembro, estima-se que cerca
de 400 mil pessoas tenham abandonado suas casas em consequência da violência que castiga
o país.
Segundo a AIS, os cristãos tornaram-se um dos alvos principais do conflito.
Existem relatos de uma violência impressionante, com pessoas mutiladas, torturadas,
e mortas a sangue-frio.
No último mês de outubro, em audição no Conselho para
os Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Dom Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui,
advertiu que “a República Centro-Africana é um barril de pólvora”, e pediu a intervenção
urgente da comunidade internacional.
Falando em crimes contra a humanidade,
o arcebispo fez um retrato do “caos que se criou com a chegada ao poder dos rebeldes
Seleka”, que pretendem instaurar um regime islâmico no país: “As pessoas são mortas,
as casas incendiadas e as mulheres violadas pelos rebeldes”, disse.
A novena
de oração, que se estende até ao dia de Natal, “pretende contribuir para se superar
o ódio e restabelecer a paz neste país africano”, refere a fundação AIS. (CM)