2013-12-18 12:03:30

2013, ano de mudança: a renúncia de Bento XVI. Ouça Sal da Terra, Luz do Mundo


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Na nossa rubrica "Sal da Terra, Luz do Mundo - factos e personagens da história da Igreja", iniciamos hoje uma trilogia de programas especiais que fazem uma retrospetiva sobre o ano de 2013 vivido no Vaticano com a mudança na cadeira de Pedro. Este foi um ano em que se viveram acontecimentos históricos em circunstâncias absolutamente únicas. Na edição de hoje faremos uma reflexão sobre a renúncia de Bento XVI.
11 de Fevereiro de 2013, o Papa Bento XVI discursa aos Cardeais reunidos em Consistório:
“Depois de ter repetidamente examinado a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são as adequadas para exercitar o ministério petrino.”
“Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, em plena liberdade, declaro de renunciar ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pela mão dos cardeais a 19 de Abril de 2005, de modo a que depois de 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a Sé de Roma, a Sé de S. Pedro, estará vacante e deverá ser convocado, àqueles a quem compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.”
A renúncia ao ministério petrino por parte do Papa Bento XVI foi um momento inesperado e revolucionário. A sua atitude provocou um verdadeiro ciclone mediático de expectativas, emoções, comentários e interpretações. Por essa altura e procurando compreender e refletir sobre a decisão papal de renunciar à cadeira de Pedro, o Padre Jorge Cunha, Professor da Universidade Católica Portuguesa e Diretor da Faculdade de Teologia do Porto escreveu um artigo de opinião que foi publicado no jornal “Voz Portucalense”, semanário da diocese do Porto. Esse artigo tinha como título “A última lição do Papa”. Fomos falar com o Padre Jorge Cunha 9 meses depois e pedimos-lhe uma reflexão sobre a mudança de pontificado. Mas, para enquadrarmos bem este assunto recordemos um excerto desse mesmo artigo na voz do nosso colega de redação Pacheco Gonçalves:
“O gesto do Papa Ratzinger mostra aquilo que nunca deveria ter sido esquecido, ou seja, que o que faz um papa ser autêntico não é o aparato visível, o jogo de poder, mas é o seu carisma, a sua personalidade crente, a sua consciência moral. E, neste ponto, as dúvidas de consciência que fizeram resignar Bento XVI falam imensamente mais alto do que as certezas de tantos outros que arvoram a saber como se deve guiar a Barca de Pedro no mar encapelado do tempo que vivemos. Outros dias haverá para a Igreja. A última lição de Ratzinger foi talvez a mais eloquente de todas pela humildade e pela coragem que revela, mesmo no meio da dúvida e da perplexidade que são condições de verdadeiro ato de fé”.

Em entrevista à Rádio Vaticano o teólogo português Padre Jorge Cunha reafirmou ter sido por fidelidade à Igreja que Bento XVI ofereceu a sua última diaconia, o seu último serviço, a sua última lição.
Nesta edição especial da nossa rubrica de hoje, refletimos sobre a renúncia do Papa Bento XVI. No próximo programa evocaremos o Conclave que elegeu o Papa Francisco. Sal da Terra, Luz do Mundo volta na próxima semana…(RS) RealAudioMP3







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