Cidade do Vaticano (RV) - Quando nos colocamos nas mãos de Deus e procuramos
de todo o coração seguir seus ensinamentos, Seu Espírito nos guia e nos encontramos
em plena felicidade, ainda na terra e quem sabe, salpicada de pequenas dificuldades
e incômodos.
Por outro lado, encontramos pessoas, que como nós, partilham seus
desejos de servir a Deus e nos ajudam nessa caminhada, tornando-a mais suave e agradável.
Quando
o camponês Pierre Favre deixou sua família na Sabóia e foi para Paris responder ao
apelo de seu coração e de sua inteligência, que não se satisfazia com a vida de aldeia,
mas queria dar prosseguimento aos estudos feitos na simplicidade de uma escola interiorana,
ele não sabia, mas estava respondendo a uma chamada do Senhor. Na verdade, além de
mestre em humanidades, Pedro queria ser sacerdote.
Na Cidade Luz, Favre mergulhou
no ambiente universitário e encontrou Xavier como seu companheiro de quarto um rapaz
de sua idade, vindo de família nobre, da região de Navarra e com pretensões de se
tornar advogado. Os dois partilhavam tudo, principalmente a fé em Deus.
Um
tempo depois, chegou um terceiro, mais velho e basco, chamado Iñigo, desejoso de converter
o mundo a Deus e que se tornou aluno de Xavier. A amizade cresceu entre eles a ponto
de rezarem juntos, partilharem comida e bolsa.
Desse convívio, que aparentemente
era um ajudar-se recíproco, mas que na verdade era uma convivência entre homens de
valor e de grandes ideais, nasceu uma Ordem religiosa que se colocou a serviço do
Santo Padre e, pela graça de Deus, se tornou a maior Ordem religiosa do mundo – a
Companhia de Jesus!
Iñigo, ou melhor, Inácio e Xavier foram canonizados e colocados,
o primeiro como padroeiro dos Exercícios Espirituais, o segundo, como patrono das
Missões. Agora, recebe a glória dos altares, como santo, o primeiro sacerdote jesuíta,
Pedro Fabro.
Podemos nos unir para o bem e para o mal. Os corações de três
homens de Deus: Fabro, Xavier e Loyola, se uniram na Universidade de Paris para fazer
o bem, para buscar a vontade de Deus para suas vidas. Colocaram Deus acima de tudo
e o mais consideraram esterco. Suas inteligências, bem querer e bens, as próprias
vidas, tudo a serviço do anúncio da boa nova, do Reino de Cristo, da justiça e da
paz.
Também nós, também nossas vidas, nossos dons humanos, sócio-afetivos,
intelectuais e espirituais, não são nossos, mas pertencem àquele que no-los deu –
o Senhor de tudo, Deus todo-poderoso, criador do Céu e da Terra –, a Ele e a seus
filhos deveremos servir, na alegria e na felicidade.
Do mesmo modo que um relacionamento
entre um casal é um bem que não se esgota em si mesmo, a amizade entre as pessoas
também sacia o coração, mas vai além disso, repercutindo em benefício da coletividade.
Estreitar relações sadias e duradouras é um bem para a sociedade.
Jesus e seus
discípulos, Inácio de Loyola e seus amigos, eu e minha família, eu e meus amigos... (CAS)