2013-12-15 13:27:54

Conta @Pontifex completou um ano - Ouça o balanço de D. Claudio Maria Celli


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A 12 de Dezembro do ano passado, Bento XVI abria a sua conta Twitter: @Pontifex. Um evento de alcance mundial, que sublinhou – ao mais alto nível – o empenho da Igreja no anúncio do Evangelho através das redes sociais. Hoje, já depois da eleição do Papa Francisco à Cátedra de Pedro, a conta Twitter do Papa está quase a chegar aos 11 milhões de seguidores, dispersos por todo o mundo, abrangendo 9 línguas.
O colega italiano Alessandro Gisotti pediu a D. Claudio Maria Celli, Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais para traçar um balanço deste primeiro ano do Papa no Twitter:


“Quando o Papa Bento XVI lançou o primeiro tweet estava plenamente consciente da sua importância naquele momento. Naquele ocasião disse-lhe: “Santidade, enquanto lançava as suas primeiras palavras no Twitter, eu pensei na primeira vez que o seu predecessor, Pio XI, exprimiu uma mensagem através da Radio Vaticano”. O Papa olhou para mim sorrindo e disse: “Sabe que eu também pensei o mesmo?”. Por isso, podemos afirmar que Bento XVI tinha plena consciência da importância deste novo meio de comunicação, o Twitter, cada vez mais utilizado sobretudo entre os mais jovens. E agora, já com o Papa Francisco, todos temos consciência que esta decisão, tomada há já um ano, foi claramente positiva.


- Qual é, a seu ver, o contributo específico que @Pontifex está a dar ao esforço de evangelização do chamado “continente digital”?

“A Palavra de Jesus deve ressoar também nesse continente, porque muitos dos seus habitantes, se não a encontrarem neste contexto, não a irão encontrar em nenhuma outra parte. Creio, portanto, que estamos perante um grande desafio: devemos redescobrir como cada um de nós se faz presente no contexto da internet, assumindo a nossa dimensão missionária sem cair no proselitismo. Devemos, portanto, fazer com que a Palavra de Cristo ressoe no âmbito do “continente digital”. Concordo plenamente com Bento XVI quando se refere às “redes sociais”: para o Papa emérito não se trata de fazer citações formais do Evangelho, mas sobretudo de fazer chegar, a este ambiente, testemunhos pessoais. Eu direi que os discípulos do Senhor deviam expressar, neste contexto, a síntese da sua fé com a sua vida.”


- Na Evangelii Gaudium, o Papa Francisco exorta os cristão a serem audazes e criativos no uso da linguagem. As redes sociais podem ajudar neste empenho?

“Creio que o grande desafio para nós, hoje, consiste em ser capaz de anunciar o Evangelho com uma linguagem que os homens e as mulheres de hoje possam compreender. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica, dedica várias páginas ao tema da linguagem, pois o grande risco de hoje consiste em desvirtuar a mensagem pelo mau uso da linguagem. Assim, o Papa chega mesmo a dizer que podemos anunciar um “Deus falso”, mesmo com boas intenções”.


- De facto, o Papa Francisco, discursando num encontro de leigos, afirmou que a presença da Igreja na Internet é hoje indispensável, e não basta a tecnologia …

“Eu penso que o Papa nos fez recordar que hoje a comunicação não é apenas um esforço tecnológico. Creio que devemos redescobrir que na base da nossa comunicação está sempre uma determinada visão de Igreja e o Papa Francisco está a desafiar-nos a uma conversão da pastoral, no sentido em que somos chamados a dar um rosto a esta Igreja, um rosto mais atento, mais próximo dos homens e das mulheres de hoje, que caminham pelas vias difíceis deste mundo. O Papa Francisco convida-nos a entrar numa cultura do encontro. Aliás, o Papa escolheu precisamente o tema “Uma comunicação para uma cultura do encontro” como mote para a próxima Jornada Mundial da Comunicação. Trata-se de uma Igreja que vai ao encontro do Homem, que mostra a sua simpatia pelo Homem, que está ao lado do Homem: que em vez de impor, propõe; que sabe dialogar respeitosamente com todos. Enfatiza-se, portanto, uma comunicação que realiza o encontro com o Homem de hoje.”








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