Cidade do
Vaticano - (RV) - Diante de um mundo arrasado, de um ambiente de profunda desolação,
de corações sofridos e enlutados, Isaías clama Vida, Alegria, Ressurreição! O texto
da primeira leitura de hoje, extraído do livro de Isaías, nos leva à Esperança. O
Profeta quebra a rotina desoladora e nos aponta a ação de Deus, a regeneração do mundo,
a redenção do ser humano. Mas o Senhor que pode fazer tudo sozinho, quer nossa colaboração,
quer fazer-nos partícipes de sua obra salvífica. Nesse próprio ato de pedir nossa
colaboração já está a redenção.
O Senhor nos trata como pessoas maduras, capazes,
pessoas criadas à Sua imagem e semelhança. Por isso não é próprio do fiel ficar de
braços cruzados, desanimado e acomodado. Aquele que crê levanta a cabeça, solta os
braços e busca dentro de si a força do Senhor, e imediatamente começa a colaborar
com o Criador. O fiel reage contra qualquer ação oriunda da cultura de morte. Ele
crê na Vida! Assim aconteceu com a escravidão no Egito, em outras situações onde os
protagonistas foram os pobres, os marginalizados, os portadores de deficiência, os
pequenos segundo o mundo. Assim fez Jesus Cristo, colocando-se como servo de todos,
à disposição do Pai para assegurar a felicidade eterna ao Homem.
No Evangelho
deste domingo, temos em primeiro lugar a dificuldade de João Batista em reconhecer
em Jesus o Messias prometido. Na pregação de João Batista, como vimos no domingo passado,
Jesus deveria tratar os pecadores com bastante dureza, destruí-los até. Mas ele não
o faz, ao contrário, provoca mudanças em seus corações, possibilitando a salvação,
faz refeições com eles e até se torna amigo deles. Isso desorienta o Batista.
Quando interrogado pelos discípulos de João, Jesus responde citando Isaías, ou
seja, dizendo que sua missão é de redenção, por isso os sinais que faz são de salvação.
Deus ama a todos, bons e maus. Todos são seus filhos, foram criados por amor.
Em
segundo lugar, Jesus elogia a pessoa do Batista dizendo que ele é mais que um Profeta,
o maior entre os nascidos de mulher – dirá o Mestre. Ao dizer que “O menor no Reino
dos céus é maior do que o Batista”, Jesus afirma que esse menor entendeu que Deus
vem ao encontro do Homem para perdoá-lo, acolhê-lo e amá-lo. Menor e maior. Sem depreciar
em nada a figura de João Batista Batista, já que os tempos do Reino transcendem inteiramente
aqueles que os precederam e prepararam, essas duas palavras opõem duas épocas da obra
divina, duas “economias”, conforme nos esclarece a Bíblia de Jerusalém.
Finalmente,
na 2ª leitura, São Tiago nos exorta a que fiquemos firmes até e chegada do Senhor.
Firme para Tiago significa manter a fé, a esperança e a caridade. Por isso, ele toma
como exemplo o agricultor que trabalha e depois fica à espera do fruto prometido e
nos aconselha a não nos queixarmos dos irmãos.