2013-12-11 20:20:00

'A última palavra', um livro sobre o pontificado de Bento XVI


Cidade do Vaticano (RV) – Um pontífice “mestre de comunicação”, que a despeito de uma aparente frieza, sempre foi capaz de aquecer os corações dos homens; que possuía interiormente a palavra que anunciava, amadurecida no silêncio e na meditação, e expressa depois nas suas célebres encíclicas, nos seus escritos e nas tantas e profundas homilias pronunciadas. Este é Bento XVI para a Igreja e para o mundo, segundo a vaticanista Giovanna Chirri, a primeira jornalista que noticiou a renúncia do Papa Ratzinger e que apresentou nesta quarta-feira, em Roma, seu livro “A última palavra”, “gestos e palavras de Bento XVI que marcaram a história” (Ed. San Paolo).

“A personalidade do Pontífice – escreve no Prefácio o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi – é bem delineada também na sua humanidade, na sua sensibilidade, gentileza e na sua eminente humildade”, acrescentando que a escrita de Giovanna Chirri “foi guiada, além da atenção da jornalista de uma agência, por uma equilibrada simpatia pelo protagonista da obra, com aquela boa disposição que é necessária para entender dele o espírito e as intenções”.

Para a autora, o Pontificado de Bento XVI foi breve (durou 8 anos) mas muito intenso, representando um verdadeiro tesouro para a Igreja, para ser renovada no espírito e nas estruturas. “Um tesouro imenso, confiado pelo Papa Emérito ao seu sucessor: sólidos fundamentos sobre os quais o Papa Francisco está agora edificando a renovação eclesial desejada por diversas partes, para tornar mais eficaz o diálogo da Igreja com os homens e com o mundo”, escreve a jornalista.

No livro, Chirri faz uma interpretação de fatos ocorridos durante o pontificado, seguidamente após as viagens de Bento XVI ao exterior e na Itália, assim como de alguns pronunciamentos mais significativos: do célebre discurso em Regensburg sobre a relação entre fé e razão à incisiva ação levada em frente contra a pedofilia, com uma especial atenção pelas vítimas; da remissão da excomunhão do Bispo lefebvriano Williamson ao caso da fuga de documentos reservados do apartamento do Pontífice; do diálogo interreligioso e do tema da Igreja ‘humilde’, desenvolvido em Verona em 2006 à denúncia do perigo de uma “modernização fundada numa atenuação da fede”, feita na Alemanha em 2011.

Das páginas escritas por Chirri, transparece sobretudo a figura de um “Papa do diálogo” que, por meio de seus escritos, pediu para não curvar-se à superficialidade de pensamento e à mediocridade da vida, e convidou os homens a dar valor a sua vida individual, projetando-a em direção ao uma esfera sobrenatural; e à própria vida coletiva, vivendo-a dignamente na família, nas profissões e nos vários grupos sociais.

“Humilde mas refinadíssimo teólogo, Papa Ratzinger – disse o Cardeal Christoph Schoenborn na apresentação do livro - deixa ao mundo uma obra gigantesca e merecidamente é considerado um gigante da Igreja de Deus”. (JE)










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