ONU comemora 20 anos de avanços no setor de direitos humanos
Nova York (RV) - O Dia dos Direitos Humanos está sendo celebrado, nesta terça-feira,
10, de uma maneira especial: as Nações Unidas também comemoram os 20 anos da criação
de seu escritório no setor.
Há duas décadas, foi adotada a Declaração de Viena
que deu origem ao Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, atualmente
chefiado por Navi Pillay.
Em mensagem para celebrar a data, o Secretário-Geral
lembra que o escritório da ONU "defende vítimas, pressiona países a respeitarem suas
obrigações e compromissos e apoia especialistas e órgãos de direitos humanos."
Ban
Ki-moon destaca que as Nações Unidas têm a missão de promover os direitos humanos
e para ele, "a chave para o sucesso é a vontade política dos Estados-membros".
Segundo
Ban, os países são obrigados, em primeiro lugar, a proteger os direitos e prevenir
violações no âmbito internacional. O Secretário-Geral lamenta que nem sempre isso
ocorre, já que durante os últimos 20 anos, o mundo testemunhou genocídios e outras
violações chocantes dos direitos humanos.
O chefe da ONU também aproveita o
Dia dos Direitos Humanos para prestar uma homenagem a Nelson Mandela, considerado
por Ban "um grande símbolo do nosso tempo".
O Secretário-Geral espera que o
compromisso do líder sul-africano com a dignidade humana, a igualdade, a justiça e
a compaixão continue servindo de inspiração para a construção de "um mundo de direitos
humanos para todos."
Já a alta comissária da ONU, Navi Pillay, cita avanços,
como o aumento de leis sobre direitos humanos, mas destaca que 20 anos após a Declaração
de Viena, ocorreram muitas "falhas trágicas para impedir atrocidades e a garantia"
desses direitos.
Pillay cita "violações deploráveis e em larga escala dos direitos
humanos", quando a comunidade internacional foi muito lenta para responder alertas
feitos por defensores dos direitos humanos ou por vítimas.
A alta comissária
menciona alguns dos desafios, já que "mulheres continuam sendo discriminadas e violentadas",
assim como "minorias étnicas, raciais e religiosas e também migrantes".
Navi
Pillay lamenta que "conflitos internos continuam produzindo fortes abusos dos direitos
humanos". Na opinião da alta comissária "manifestantes pacíficos que pedem seus direitos
estão sendo esmagados por autoridades, quase que diariamente." (MJ/Rádio ONU)