2013-12-06 11:15:39

O mundo consternado com a morte de Mandela


Cidade do Vaticano (RV) - O arcebispo anglicano sul-africano emérito Desmond Tutu enalteceu seu compatriota e co-ganhador do Nobel da Paz Nelson Mandela como o homem que ensinou uma nação profundamente dividida a se unir. Mandela morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos de idade.

"Ao longo dos últimos 24 anos, Madiba nos ensinou a nos unir e a acreditar em nós mesmos e uns nos outros. Ele foi um unificador desde o momento que deixou a prisão", disse Tutu. "Estamos aliviados que seu sofrimento tenha terminado, mas nosso alívio é afogado pelo luto. Que ele possa descansar em paz e elevar-se na glória", acrescentou o bispo, que tem um discurso público previsto para esta sexta-feira na Cidade do Cabo.

Tutu rechaçou os pessimistas que haviam previsto que a África do Sul se esfacelaria depois da morte de Mandela. "Sugerir que a África do Sul possa se consumir em chamas - como alguns previram - é desacreditar o legado dos sul-africanos e de Madiba", declarou Tutu em um comunicado.

"O sol vai brilhar amanhã e no dia seguinte e no outro... Pode não brilhar como ontem, mas a vida vai continuar", prosseguiu. "À medida que ingressamos o período de luto, como nação, o fazemos com a maior dignidade e respeito porque é o que devemos a Madiba e a nós mesmos", acrescentou.

O líder budista tibetano Dalai Lama expressou nesta sexta-feira suas condolências pela morte do líder sul-africano. Em uma carta enviada à família de Mandela, Dalai Lama manifestou sua profunda tristeza ao tomar conhecimento da morte do africano, a quem classificou como um “homem de coragem, princípios e integridade inquestionável” e um amigo.

“Em sua morte, o mundo perdeu um grande líder, cuja determinação firme e inabalável foi fundamental para garantir a paz e reconciliação durante a transição na África do Sul sob o regime do apartheid. Sob sua liderança, a África do Sul foi transformada através de meios pacíficos, no espírito da reconciliação”, escreveu Dalai Lama.

Dalai Lama ainda afirmou que, apesar de Nelson Mandela ter ”partido fisicamente, seu espírito vai continuar”. O budista declarou que a melhor homenagem que podemos lhe render é fazer todo o possível para contribuir para honrar a unidade da humanidade e trabalhar pela paz e reconciliação, assim como o sul-africano.

O Secretário-Geral da ONU afirmou que ‘Madiba’, como era conhecido, foi uma figura singular no cenário global. Ele descreveu Mandela como homem de dignidade e de grandes conquistas. Ban Ki-moon disse ainda que Mandela foi um gigante da justiça e uma fonte humana de inspiração.

Ban Ki-moon falou ainda do sacrifício pessoal de Mandela ao dedicar a vida às pessoas e à humanidade e ao lutar pelo fim do apartheid. Ele encerrou o comunicado lembrando que Nelson Mandela saiu da prisão após 27 anos sem rancor e determinado a criar uma nova África do Sul baseada em diálogo e entendimento.

A presidente da República, Dilma Rousseff, lamentou nesta quinta-feira a morte do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Consternada com a notícia do falecimento do líder histórico, a mandatária brasileira disse que o exemplo de Mandela “guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo”.

Para Dilma, Mandela conduziu com inteligência a luta contra a segregação racial da África do Sul, se tornando uma das maiores personalidades do século XX. A presidente deve viajar ao país africano para participar do velório do líder.

Leia a nota na íntegra:

“O governo e o povo brasileiros receberam consternados a notícia da morte de Nelson Mandela. Personalidade maior do século XX, Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea – o fim do apartheid na África do Sul.

Seu combate transformou-se em um paradigma, não só para o continente africano, como para todos aqueles que lutam pela justiça, pela liberdade e pela igualdade.

O governo e o povo brasileiros se inclinam diante da memória de Nelson Mandela e transmitem a seus familiares, ao Presidente Zuma e aos sul-africanos nosso sentimento de profundo pesar. O exemplo deste grande líder guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo”.
(CM e agências)








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