Faleceu Nelson Mandela, símbolo da reconciliação e da paz
Tinha 95 anos, 27 dos quais passados na prisão sul-africana de Hobben Island. Nelson
Mandela deixa ao mundo o grande exemplo de um homem que dedicou toda a sua vida a
favor dum mundo livre do racismo e do egoísmo, onde todos, independentemente da raça
possam viver juntos em harmonia.
Mandela faleceu na noite de 5 Dezembro, na
sua casa em Joanesburgo, rodeado pelos seus familiares. Havia vários meses que vinha
sofrendo duma infecção pulmonar, que o levou a ser hospitalizado diversas vezes nos
últimos tempos.
As últimas imagens de Mandela divulgadas em Abril passado,
mostravam-no já muito frágil.
Conhecido por Madiba, Mandela, jurista, enfrentou
de forma decidida e metódica, desde a sua juventude, o sistema do Apartheid que não
permitia aos negros sul-africanos viver como cidadãos livres e dignos no seu próprio
país, que décadas antes tinha acolhido os brancos europeus que acabaram por apoderar-se
do país em detrimentos dos nativos.
A luta contra o Apartheid levá-lo-á à
prisão, donde sairá em Fevereiro de 1990, tornando-se em 1994 o primeiro Presidente
Negro do país. Um ano antes tinha recebido o Nobel da Paz. E é como homem de paz que
o mundo recordará Mandela, homem que soube perdoar todos os sofrimentos infligidos
ao seu povo pelo sistema do Apartheid, aceitando como irmãos no país, aqueles que
tinham sido os opressores, sem nenhum espírito de vingança. Antes pelo contrário.
Numerosas as reacções a todos os níveis e em todo o mundo pela morte deste
ícone que não era apenas o “maior filho” da África do Sul como o definiu o actual
Presidente do país, Jacob Zuma, ao dar a triste notícia da morte de Mandela, mas uma
das grandes figuras da história contemporânea.
Em Cabo Verde, por exemplo
– refere o jornal “A Semana on line” tanto o Presidente, Jorge Carlos Fonseca, como
o Primeiro Ministro Ministro, José Maria Neves consideram que “Mandela foi uma
referência para a Humanidade, que mostrou os caminhos para a democracia, respeito,
tolerância, união e um grade desapego ao poder”.
Recorde-se que o Aeroporto
Internacional da Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, traz o nome de Nelson Mandela,
e José Maria Neves falou na possibilidade de se declarar luto nacional no dia do funeral
de Nelson Mandela. Afirmou ainda que o país será representado no funeral ao mais alto
nível.
Também outros líderes do país como o ex-Presidente Pedro Pires, afirmaram
que a África do Sul, a África, o mundo, perdem, com a morte de Mandela, um dos seus
grandes símbolos e a melhor forma de o homenagear é multiplicar o seu empenho para
a posterioridade.