Bispos sul-africanos: "Honrar Mandela é lutar pelos seus ideais"
Pretória (RV) – “Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados,
em sua linhagem. (…) Eles foram soberanos em seus estados, foram homens de grande
virtude, dotados de prudência. As predições que anunciaram adquiriram-lhes a dignidade
de profetas” (Eclesiástico 44,1-3).
“Com essas palavras, a Igreja Católica
na África do Sul expressa a sua gratidão a Mandela pelo sacrifício oferecido por todos
os povos da África do Sul e por sua guia e inspiração com as quais nos guiou no caminho
da reconciliação”, escreve Dom Stephen Brislin, Arcebispo de Cidade do Cabo e Presidente
da Conferência Episcopal da África do Sul (SACBC), na mensagem de pesar enviada à
família de Nelson Mandela.
Na mensagem, Dom Brislin destaca que Mandela “jamais
abriu mão de seus princípios e de sua visão de uma África do Sul justa e democrática,
onde todos têm as mesmas oportunidades, sacrificando inclusive por longo tempo a própria
liberdade pessoal”.
O líder, recorda o Arcebispo, “apesar dos fortes sofrimentos
na vida, nunca respondeu ao racismo com o racismo”.
“Quando Madiba foi libertado
em 11 de fevereiro de 1990, o país estava em ebulição e o sangue era derramado quase
cotidianamente. Através de sua liderança, que se reforçou quando se tornou Presidente
em 1994, Mandela guiou o país no caminho da reconciliação e da paz, convidando os
sul-africanos a deporem as armas. Por isso, sempre estaremos em dívida com ele”, continua
a mensagem.
“O grande modo que temos para honrar a vida de Nelson Mandela é
lutar pelos ideais que ele acariciou: a liberdade, a igualdade e a democracia, e de
defender esses ideais de quem tenta corrompê-los”, conclui Dom Brislin.
Sobre
o principal legado de Mandela, o Programa Brasileiro conversou com o colega da redação
Português-África, Filomeno Lopes, da Guiné-Bissau, que conheceu pessoalmente Madiba:
(BF/Fides)