Card. Maradiaga: "A Igreja do Papa Francisco tem as portas abertas para deixar entrar
as pessoas e deixar sair o Evangelho".
Cidade do Vaticano (RV) – “O Papa Francisco é um homem livre e decidido, de
grande liberdade espiritual e plenamente envolvido nas dinâmicas da vida, e nos diz
que a pior doença é esta homogeneização de pensamento, onde falta liberdade e diálogo”.
Foi o que afirmou o Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga durante a apresentação do livro-entrevista
com o Papa Francisco ‘A minha porta está sempre aberta. Uma conversa com o Padre Spadaro’,
de autoria do sacerdote jesuíta, Diretor da ‘Civiltá Cattolica’.
“Já a partir
do título – diz o Arcebispo de Tegucigalpa – entendemos o comportamento do Papa. João
Paulo II era o Papa do ‘Não tenham medo’, Bento XVI do ‘Abram as portas a Cristo’.
Francisco é o Papa que diz “A minha porta está sempre aberta”.
“Para o Papa
Francesco – observou o Cardeal Maradiaga – ir à periferia significa essencialmente
duas coisas: o diálogo com todos e a piedade popular. A Igreja do Papa Francisco tem
as portas sempre abertas para deixar entrar as pessoas e deixar sair o Evangelho”.
“O Papa vulcânico ama dialogar, é uma espécie de fluxo vulcânico de idéias que se
conectam entre elas”.
O Cardeal Maradiaga descreve o Pontífice argentino como
“um vulcão, uma mina inesgotável. A sua espiritualidade é feita de faces humanas.
Um Papa missionário que, pela sua própria definição, diz que a sua tarefa é de ser
‘custódio’”. “Bem entendido – reitera Maradiaga – não no sentido de policial, mas
de pai”.
O Cardeal evidenciou um dos temas caros ao Papa Francisco quando
leva em frente o tema da “genialidade contra a decadência de um pensamento estéril
que gera tristeza, solidão e abandono”.
Por sua vez, Padre Spadaro diz simplesmente:
“O autor é o Papa. É um caos calmo no sentido que quando se fala com ele chega uma
primeira onda, após uma segunda e uma terceira e depois os fios vão sendo reatados”.
Na
apresentação do volume na Sala Pio X, estavam presentes os oito Cardeais empenhados
com o Papa na reunião da reforma da Cúria Romana, além do Secretário de Estado Dom
Pietro Parolin e do Prefeito da Casa Pontifícia Georg Ganswein.
Nos debates
durante a apresentação do livro, o Diretor do jornal italiano 'Corriere della Sera',
Ferruccio De Bortoli, disse que “É como se o Papa tivesse aberto uma ampla consulta
entre os fiéis”. Já o Diretor do Censis e ex-aluno dos jesuítas, Giuseppe De Rita,
recordou que São José é uma das referência do Papa Francisco. “Bergoglio – sublinha
– defende que a realidade dos fatos está nas periferias, não no centro”. “Nas suas
palavras – observa De Rita – não existe nunca populismo”. (JE)