2013-12-03 14:21:22

Malta: encontro europeu sobre a migração


Gozo (RV) – A Pastoral da Igreja para a vida dos migrantes é uma prioridade que tem um influxo em toda a vida social. Sobre este tema está concentrado o encontro que o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (Ccee) realiza em Malta desde esta segunda, 2, até esta quarta-feira, 4 de dezembro, sobre o tema “A pastoral dos migrantes e refugiados: entre integração e inclusão”.

O objetivo é trocar experiências e eventuais dificuldades encontradas nas políticas migratórias e na questão da integração dos trabalhadores imigrantes. Participa do encontro, entre outros, o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral dos migrantes e dos itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò. O evento teve início com uma visita ao centro de solicitação de asilo, que neste momento está fechado.

No seu discurso aos participantes o Cardeal Vegliò falou antes de tudo das dimensões atuais da migração, dimensões sem precedentes e que tocam todos os aspectos da vida humana. A Organização Internacional para as Migrações estima que existam hoje cerca de 214 milhões de migrantes internacionais. A esses devem ser acrescentados mais 750 milhões de migrantes internos, que juntos, oferecem um quadro alarmante: uma pessoa entre sete está envolvida no fenômeno migratório. Ainda segundo as estatísticas entre essas há cerca de 42 milhões de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas. Segundo as previsões, as migrações internacionais, entre 2050, poderiam se referir a 405 milhões de pessoas.

O Cardeal Vegliò no seu discurso afirmou que “o chamado ao amor e à solidariedade” em relação aos migrantes “é responsabilidade de todos”, mas existe “uma responsabilidade maior para aqueles que ocupam uma posição de administração e de governo, para que se comprometam em cuidar, principalmente, dos mais fracos”.

O Cardeal Vegliò recordou que “ninguém é autorizado a lesar a dignidade humana, nem um governo, nem uma entidade pública ou privada. Ela deve ser respeitada e promovida através da afirmação e da tutela dos direitos humanos, que incluem o direito a escolher livremente o estado de vida a fundar uma família, o direito à educação, ao trabalho, à reputação, ao respeito”, além do “direito a viver sem medo e na segurança, com a possibilidade de acesso a um sistema judicial justo”.

“Toda instância que ignore a dignidade humana - salientou o Cardeal Vegliò - é uma afronta à vontade divina e viola os direitos fundamentais de que cada pessoa é portadora”. O presidente do dicastério vaticano fez votos então “de uma estreita cooperação entre países de origem, de trânsito e destinação dos migrantes” e de “regulamentos apropriados que possam coagular os diferentes sistemas legislativos”, para “conjugar a proteção dos direitos fundamentais dos migrantes e das suas famílias e a tutela das comunidades de chegada e de acolhida”. (SP)







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